A melodia é uma característica definidora da música, utilizada para transmitir emoções e significados, mediante a variação do arranjo musical.
Estudos sugerem que certas regiões do cérebro podem ser especializadas em música, incluindo melodia, mas os detalhes sobre os possíveis mecanismos desta especialização não são claros.
Uma nova investigação liderada pela Universidade da Califórnia, em São Francisco (EUA), descobriu que o córtex auditivo usa neurónios de uso geral para processar características simples da melodia, como tom e mudança de tom.
No entanto, funções mais complexas, como o processamento da estrutura estatística de uma melodia e a formação de expectativas sobre as próximas notas, requerem neurónios específicos da música.
O estudo incluiu oito pessoas que sofriam de epilepsia, para as quais foram implantadas grelhas de elétrodos de eletroencefalografia intracraniana subdural (iEEG) para monitorização clínica.
Os participantes foram expostos a pedaços curtos e variados de música ocidental ou de língua inglesa, enquanto eram feitas medições de iEEG, explicou a revista, em comunicado.
Os investigadores diferenciaram o tom (alto versus baixo), a mudança de tom (crescente versus decrescente) e as expectativas, ou previsões estatísticas que o cérebro faz sobre as próximas notas (esperadas versus inesperadas).
Com este estudo, os cientistas descobriram que todos estes parâmetros estavam codificados em diferentes pontos da circunvolução temporal superior, pelo que a expectativa melódica poderia recorrer a mecanismos específicos da música.
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