Um novo estudo veio demonstrar que a velocidade da fala ajuda a prever o risco de sofrer de demência. Num artigo científico publicado na revista Aging Neuropsychology and Cognition, um grupo de cientistas do Canadá divulgaram evidências de que o declínio no ritmo da fala pode ser um indicador mais importante da saúde do cérebro do que a dificuldade em encontrar palavras.
"Os nossos resultados indicam que mudanças na velocidade geral da fala podem refletir alterações no cérebro", afirma o neurocientista Jed Meltzer, coautor do estudo.
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Os cientistas analisaram 125 adultos saudáveis com idades entre os 18 e os 90 anos. Os voluntários foram submetidos a três testes. Num deles, os participantes tinham de responder a perguntas sobre as imagens apresentadas, ignorando palavras que ouviam num auricular, que tinha como objetivo distraí-los.
Num outro teste, os voluntários deveriam descrever duas imagens complexas em 120 segundos. O último teste avaliou a função executiva, que é a capacidade de administrar informações discortantes, manter o foco e evitar distrações. A perda desta competência está associada ao aumento do risco de demência.
Assim, a fala lenta foi associada a funções cerebrais mais debilitadas, um indicador da saúde do cérebro.
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Recorde-se que demência é um termo genérico utilizado para designar um conjunto de doenças que se caracterizam por alterações cognitivas que podem estar associadas a perda de memória, alterações da linguagem e desorientação no tempo ou no espaço. Para a maioria não existe tratamento. Porém, está provado que cerca de 40% das demências, como o Alzheimer (a forma mais comum de demência), podem ser prevenidas ou atrasadas.
A Organização Mundial de Saúde estima que existam 47.5 milhões de pessoas com demência em todo o mundo, número que pode chegar os 75.6 milhões em 2030 e quase triplicar em 2050, para 135.5 milhões.
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