A demência será um dos maiores desafios de saúde pública em todo o mundo. Um estudo recente concluiu que, em 50 anos, os casos de demência podem duplicar. Por cá, os números aumentam a um ritmo preocupante. Estima-se que a demência venha a afetar cerca de 450 mil portugueses, sobretudo devido ao envelhecimento acelerado da população.
Contas feitas, poderá afetar 450 mil portugueses em 2080, ou seja, o dobro face a 2020. No entanto, Claire Steves, médica no Guy's and St Thomas' NHS Foundation Trust e professora no King's College London, no Reino Unido, defende que existem estratégias que podem pôr um travão a estas estimativas. Num dos últimos episódios do podcast ZOE Science and Nutrition, a responsável revelou cinco hábitos que ajudam a prevenir demência.
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A especialista começa por lembrar que o que comemos assume um papel fundamental na nossa saúde e bem-estar geral, podendo até afetar o cérebro. Para Claire Steves, devemos "incluir [na nossa alimentação] o maior número possível de frutas e vegetais de cores diferentes e garantir que estamos a ingerir boas gorduras vegetais", como nozes, sementes e azeite.
"Como o cérebro é extremamente ativo do ponto de vista metabólico, precisa de muitos nutrientes. Sabemos que uma grande variedade de nutrientes vegetais é realmente importante para a saúde cerebral", reafirma a médica.
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A prática de atividade física também é muito importante. "Saia e caminhe 45 minutos pelo menos três vezes por semana", aconselha.
É igualmente essencial manter bons níveis de açúcar no sangue. "Uma dieta boa para o coração e para os vasos sanguíneos também é boa para o cérebro", refere.
Claire Steves alerta ainda para a ligação entre a saúde oral e o cérebro, bem como para a importância de uma vida social ativa.
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Recorde-se que demência é um termo genérico utilizado para designar um conjunto de doenças que se caracterizam por alterações cognitivas que podem estar associadas a perda de memória, alterações da linguagem e desorientação no tempo ou no espaço. Para a maioria não existe tratamento. Porém, está provado que cerca de 40% das demências, como o Alzheimer (a forma mais comum de demência), podem ser prevenidas ou atrasadas.
A Organização Mundial de Saúde estima que existam 47.5 milhões de pessoas com demência em todo o mundo, número que pode chegar os 75.6 milhões em 2030 e quase triplicar em 2050, para 135.5 milhões.
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