Um estudo publicado na Sage Journals pela Universidade de Nebraska, nos Estados Unidos, sugere que o Ozempic pode ser um aliado no tratamento de esclerose múltipla, uma doença crónica inflamatória do sistema nervoso central com efeitos degenerativos.
"O estudo diz-nos que devemos considerar o potencial de reaproveitamento destes medicamentos antidiabéticos indutores da perda de peso na prevenção da esclerose múltipla", dizem os autores do estudo.
Os investigadores chegaram a esta conclusão após uma análise ao VAERS, o Sistema de Notificação de Reações Adversas norte-americano, criado em 1990 para detetar eventuais problemas de segurança relacionados com vacinas aprovadas no país. Depois de avaliarem informações de indívudos que tomam medicação para a diabetes, perceberam que quem usava Ozempic ou fármacos com formulações parecidas, como dulaglutida e a liraglutida, apresentavam uma taxa de incidência de esclerose múltipla abaixo da média.
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No caso do Ozempic, este medicamento era usado por 18,5 mil doentes e apenas 11 deles desenvolveram esclerose múltipla entre 2003 e 2023. Assim, os investigadores concluíram que este tipo de fármaco levou a uma redução média de 80% do risco. No caso específico do Ozempic, foram 76%.
Para justificarem estes dados, os cientistas lembram que a obesidade e a esclerose múltipla partilham algumas características como a superprodução de proteínas inflamatórias e a diminuição na produção de proteínas anti-inflamatórias.
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