Investigadores da Mayo Clinic, uma organização sem fins lucrativos focada na prática clínica, identificaram um novo tipo de perda de memória em adultos mais velhos, muito fácil de confundir com Alzheimer. Trata-se de uma síndrome que afeta especificamente o sistema límbico do cérebro.
Felizmente, segundo os cientistas, a Síndrome Neurodegenerativa Amnésica de Predominância Límbica, ou LANS, na sigla em inglês, progride mais lentamente e tem um melhor prognóstico do que o tipo de demência mais comum e, agora, está mais definida, o que pode ajudar os médicos a encontrar novas abordagens para tratamentos.
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Durante os últimos anos, e antes dos investigadores desenvolverem os critérios clínicos publicados, a 17 de julho, na revista Brain Communications, as características desta síndrome só podiam ser confirmadas através da análise do tecido cerebral após a morte de um indivíduo. Com os critérios propostos na nova investigação os neurologistas, assim como outros especialistas, conseguem fazer diagnósticos mais precisos e tratamentos mais eficazes, sem utilizar técnicas tão invasivas.
Mais especificamente, os cientistas propõe que sejam considerados fatores como a idade, a gravidade da perturbação da memória, assim como exames cerebrais e biomarcadores que indicam os depósitos de proteínas específicas no cérebro.
Todos os critérios foram desenvolvidos e validados utilizando dados de mais de 200 participantes incluidos nas bases de dados do 'Mayo Clinic Alzheimer's Disease Research Center', do 'Mayo Clinic Study of Aging' e da 'Alzheimer's Disease Neuroimaging Initiative'.
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David T. Jones, neurologista e autor principal do estudo, explica em comunicado que muitos doentes apresentam sintomas de memória semelhantes aos de alzheimer, mas os exames e biomarcadores não indicam o mesmo e, até ao momento, não existia "um diagnóstico médico específico que pudesse ser apontado, mas agora podemos dar-lhes algumas respostas".
Explica ainda que a maioria das pessoas associa a perda de memória ao tipo de demência mais comum, mas "com esta investigação, estamos a descrever uma síndrome diferente que ocorre muito mais tarde na vida", acrescenta. Para além disto, realça que na maioria das pessoas com esta síndrome "os sintomas restringem-se à memória e não progridem para afetar outros domínios cognitivos".
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