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Médico revela o que precisa de saber sobre dengue e zika

Este artigo é assinado por Gonçalo Pereira Cruz, médico especialista em doenças infeciosas no Hospital CUF Coimbra.

Médico revela o que precisa de saber sobre dengue e zika
Notícias ao Minuto

15:21 - 23/08/24 por Notícias ao Minuto

Lifestyle Saúde

No passado dia 1 de agosto, a Direção-Geral da Saúde (DGS) emitiu um comunicado sobre a identificação do mosquito Aedes albopictus (mosquito tigre asiático) em duas regiões de Portugal, nomeadamente nos municípios de Cascais (Região de Lisboa e Vale do Tejo) e Pombal (Região Centro – Pinhal Litoral). A relevância desta informação reside no facto de este mosquito ser um vetor de arboviroses, ou seja, ele tem a capacidade de transmitir, através da sua picada, doenças como zika, chikungunya e dengue, doenças pouco comuns no continente europeu.

 

No entanto, não é a primeira vez que esta espécie de mosquito é identificada em Portugal, tendo sido previamente detetada em 2007 na Madeira, em 2017 no norte do país, em 2018 no Algarve e em 2022 no Alentejo.  Além de conhecer o agente de transmissão, é importante compreender algumas das doenças que ele pode veicular. A dengue, causada pelo vírus da dengue, e o zika, causado pelo vírus do zika, são doenças tradicionalmente observadas em países tropicais e subtropicais. Porém, com as recentes mudanças climáticas e o inevitável aquecimento global, tem-se observado uma alteração desse paradigma, com alguns casos sendo diagnosticados no continente europeu em pessoas que nunca viajaram para essas regiões.

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A dengue, comumente conhecida como febre quebra-ossos, pode causar febre alta, dores musculares intensas, dor atrás dos olhos, tremores, dores nas articulações, dor de cabeça e manchas na pele. A maioria das pessoas apresentará uma combinação desses sintomas ou, por vezes, poderá não manifestar nenhum (doença assintomática). Contudo, num número reduzido de casos, ou em pessoas que contraem a doença pela segunda vez, a dengue pode evoluir para formas graves, como a febre hemorrágica, caracterizada por dificuldade respiratória, cansaço extremo, dor abdominal intensa e sangramentos nas gengivas, nariz, urina, vómito e fezes.

Por outro lado, o zika é uma doença tipicamente mais leve que a dengue, caracterizando-se por sintomas como mal-estar, febre, dores musculares, conjuntivite e manchas no corpo, que surgem entre 3 a 14 dias após a picada do mosquito e resolvem-se espontaneamente ao fim de 7 dias. A grande complicação associada a esta doença, ocorre nas grávidas e no risco associado do bebé nascer com microcefalia, ou seja, com diminuição do tamanho da nuca. O aparecimento de qualquer sintoma de dengue ou zika após a picada deste mosquito deve motivar a procura de um especialista para a realização do diagnóstico, já que o tratamento dessas doenças é apenas dos seus sintomas, não existindo medicamento específico para nenhuma das duas. No entanto, não há registo de casos de doença ou surtos em Portugal Continental, exceto em viajantes provenientes de locais de risco.

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Atualmente, o nível de risco definido pela DGS encontra-se no nível 1, o que significa que temos o mosquito transmissor de doenças no nosso país, mas não há casos de transmissão em solo português. Neste nível de risco, as medidas a serem adotadas devem ser implementadas por entidades competentes, como autarquias, empresas municipais, entidades públicas e privadas, entre outras, para a identificação e controlo do mosquito, não havendo risco direto para o público. Assim, neste momento, não se preveem medidas adicionais para o público em geral, nem a necessidade de evitar as áreas onde o mosquito foi identificado. Contudo, para uma maior segurança, poderão sempre ser aplicadas medidas gerais de prevenção de picadas, nomeadamente uso de repelente, utilização de roupas claras e de manga comprida, assim como, evicção de locais de água parada onde existe proliferação de mosquitos.

Assim, apesar de não existir transmissão das doenças em Portugal, a adoção destas medidas permite uma redução significativa das picadas de mosquito, que, embora não sendo perigosas, podem ser bastantes incomodativas.

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