Recentemente, uma equipa de investigadores da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, concluiu que as bebidas açucaradas e as carnes processadas são os dois únicos alimentos ultra processados associados a um maior risco de ataques cardíacos e acidente vascular cerebral.
Tendo isto em conta, os investigadores, citados no DailyMail, realçaram a importância "desconstruir" a classificação dos alimentos ultra processados, uma vez que muitos têm uma "composição nutricional diversificada" e, por conseguinte, têm benefícios cardiovasculares.
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Disponibilizado na The Lancet, o estudo baseia-se em dados de uma investigação que envolveu mais de 70 mil enfermeiras, com idades entre os 30 e os 55 anos; assim como de um segundo estudo de saúde dos enfermeiros, onde foram analisadas mais de 90 mil mulheres, com idades entre os 25 e os 42 anos; e ainda um estudo de acompanhamento que incluiu mais de 40 mil homens, com idades entre os 40 e os 75 anos.
Para o estudo, os cientistas fizeram uma seleção de alimentos ultra processados e dividiram todos em dez categorias: pão e cereais; molhos, pastas para barrar e condimentos; snacks e sobremesas doces embaladas; snacks salgados embalados; bebidas açucaradas; carnes vermelhas, aves e peixe transformados; pratos prontos a comer/aquecer; iogurte/sobremesas à base de leite; bebidas destiladas; e bebidas artificialmente adoçadas.
Concluíram assim que existe uma relação entre o consumo de uma dieta rica em bebidas açucaradas e adoçadas artificialmente e o risco de doenças cardiovasculares, doença coronária e acidente vascular cerebral. Risco que também foi associado a uma dieta rica em carnes processadas.
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Mas, ao mesmo tempo, foram relatadas associações inversas em alimentos como o pão integral, os cereais de pequeno-almoço, o iogurte, as sobremesas lácteas e os snacks salgados. É possível que estes alimentos tenham potenciais "benefícios cardioprotectores" porque contêm vitaminas, minerais e fibras.
Segundo os autores do estudo, citados no jornal, os benefícios mantiveram-se "apesar do teor habitualmente elevado de gordura saturada e de açúcar adicionado dos produtos lácteos". Explicaram ainda que os iogurtes que contêm bactérias probióticas ou ácidos gordos podem contribuir para reduzir o risco cardiovascular.
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