Há bactérias presentes na boca e na língua que podem estar relacionadas com mudanças na função cerebral, aumentando o risco de Alzheimer. A associação foi apontada num estudo publicado na revista científica PNAS Nexus.
Os investigadores da Universidade de Exeter, no Reino Unido, analisaram amostras de 110 voluntários, todos com mais de 50 anos. Os participantes foram divididos em dois grupos: aqueles com função cerebral preservada e os restantes com comprometimento cognitivo leve.
Foram identificados microrganismos associados a uma melhor memória e atenção, enquanto outros pioram as funções cognitivas e aumentam o risco de Alzheimer. Voluntários com maior presença de bactérias dos grupos Neisseria e Haemophilus, por exemplo, apresentaram um melhor desempenho em tarefas complexas e níveis mais altos de nitrito na boca.
Por outro lado, altos níveis de bactérias do grupo das Porphyromonas foram detetados em indivíduos com problemas de memória. A bactéria Prevotella foi associada a baixos níveis de nitrito e à uma maior expressão do APOE4, um gene que aumenta o risco de Alzheimer.
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Recorde-se que Alzheimer é considerada uma demência, termo genérico utilizado para designar um conjunto de doenças que se caracterizam por alterações cognitivas que podem estar associadas a perda de memória, alterações da linguagem e desorientação no tempo ou no espaço. Para a maioria não existe tratamento. Porém, está provado que cerca de 40% das demências podem ser prevenidas ou atrasadas.
A Organização Mundial de Saúde estima que existam 47.5 milhões de pessoas com demência em todo o mundo, número que pode chegar os 75.6 milhões em 2030 e quase triplicar em 2050, para 135.5 milhões.
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