John Edgar Browning, investigador da Universidade da Louisiana, nos Estados Unidos, decidiu participar diretamente num dos estudos mais arrojados de que há memória.
Conta a BBC que este cientista está empenhado em analisar e compreender a comunidade de vampiros existente em Nova Orleães, e, para tal, ofereceu-se para ser uma ‘refeição’.
Assim que entrou neste mundo ‘vampiresco’, Browning viu que os ‘vampiros reais’ não são, de todo, um espelho do que a sétima arte passa.
Não gostam do Drácula, não acreditam em fenómenos paranormais, não parecem sofrer de qualquer distúrbio psicológico, mas alegam sofrer de uma doença rara (que causa fadiga, dores de cabeça e de estômago, sintomas que apenas passam com a ingestão de sangue humano).
Estes vampiros, conta a BBC, são enfermeiros, secretárias, balconistas, empregados de mesa, voluntários e membros de organizações de solidariedade. São pessoas ‘normais’, que frequentam a igreja e levam uma vida ‘comum’. Alguns aderem à moda da ficção e colocam próteses para ficarem com os dentes caninos mais aguçados e dormem em caixões, mas para outros isso não faz sequer sentido.
Mas porque é que bebem sangue? A razão para a maioria é puramente fisiológica e a vontade (ou necessidade) de sugar sangue surge com a entrada na puberdade.
A grande maioria consome sangue de pessoas conhecidas (amigos, marido ou familiares) e a dádiva tem que ser obrigatoriamente consensual e sob o olhar atento de um médico, que realiza exames antes e depois do sangue ser sugado e esteriliza a zona do corpo que irá ser alvo de um corte com um bisturi ou de uma picada com a agulha.
Embora estes vampiros defendam as suas necessidades sanguíneas com uma questão fisiológica, são muitos os médicos que acreditam que se trata de uma questão psicológica, onde a sensação de alivio e prazer depois de beber sangue é mais notória do que os ditos sintomas que levam ao consumo do sangue de outras pessoas.