Imagine-se num avião. Começa a descolagem, o momento em que tudo fica para trás. Dá-se agora a viagem, quando já se está em pleno céu, com e sem turbulência, a comtemplar a vista e a decisão de viajar. Chega-se ao destino, o objetivo traçado foi cumprido, resta mantê-lo.
Uma dieta é como uma viagem. Quem o diz é o naturopata João Bravo, autor de ‘Dieta Bravo’ [Top Books Editora], um livro que promete dar aos leitores uma nova visão sobre o mundo (interminável) das dietas. Sim, nesta pode-se comer de tudo.
Após uma palestra no Happy Life, em Lisboa, onde defendeu que “o organismo não está preparado nem para o 8 nem para o 80” e que é importante adaptar uma dieta ao dia-a-dia, excluindo toda e qualquer hipótese restritiva, o também nutricionista esteve em conversa com o Lifestyle ao Minuto, não deixando de frisar que “uma dieta restritiva é uma dieta sem graça, é uma vida de limitações”. Afinal, “uma dieta só faz sentido se fizer parte do nosso dia-a-dia”.
Para João Bravo, é tudo uma questão de peso e medida. Embora dê preferência a alimentos naturais e biológicos, a dieta por si criada permite a ingestão de alimentos menos saudáveis, como a fast food. Contudo, destaca, é preciso ter “restrição”, uma vez que este tipo de alimentos (e todos os outros processados) contêm glutamato monossódico, um aminoácido não essencial que tem um “poder viciante e que é colocado na comida para aumentar o seu tempo de conservação”.
Mas é no açúcar (e todos os seus substitutos, como xarope de milho) que as atenções devem estar. Durante a palestra, o especialista – também formado em Osteopatia – fala do açúcar como o principal inimigo da saúde e causador dos crescentes casos de obesidade em todo o mundo. Afinal, salienta no seu livro, em 1700, as pessoas consumiam dois quilos de sacarose por ano, enquanto nos anos 2000 o consumo rondava os 180 quilos por ano por cada pessoa.
Números alarmantes, mas que João Bravo acredita serem facilmente alterados com uma dieta que alie a medicina natural, a alimentação saudável e a programação neurolinguística, trilogia que o clínico uniu aquando da criação do sistema MAP.
No caso da alimentação, a programação linguística passa, por exemplo, por ensinar a comer bem: optar por alimentos mais saudáveis e naturais, servir em pratos mais pequenos, evitar não repetir a dose e começar a não comer tudo o que está no prato, uma vez que estas duas últimas ações estão diretamente relacionadas com a leptina, explicou o especialista durante a palestra.
A leptina é uma hormona que é produzida pelas células do tecido gordo (adipócitos) e que tem um papel determinante na hora de determinar o estado de saciedade. Quanta mais gordura acumulada o corpo tiver, maior será a libertação desta hormona e menor será a sensação de saciedade. Servir doses mais pequenas e resistir à tentação de comer mais é uma forma de desprogramar esta hormona e começar a perder peso.
Para João Bravo, uma dieta deve primar pelo equilíbrio, pela aposta nos suplementos naturais (como a água, a chia, a linhaça e os probióticos) e pela prática de exercício físico, nem que seja “apenas 45 minutos de caminhada por dia”.
A Dieta Bravo
Depois de lançar os livros ‘Perca peso já e ganhe saúde’ [editora Nexo] e ‘Plano de 4 semanas para perder peso – e não voltar a ganhar’ [Top Books Editora], João Bravo edita ‘Dieta Bravo’, um livro que explica a importância de cada nutriente e a diferença entre índice glicémico e e carga glicémica.
Além disso, o naturopata revela como a evolução da alimentação – desde a produção ao consumo – tem alterado o comportamento das pessoas perante a comida.
Com prefácio da fadista Mafalda Arnauth, o livro inclui ainda um plano de dieta divido em quatro fases, sendo a última detox, e ainda um plano de exercícios e um vasto leque de receitas.