Dor, calor, vermelhão e inchaço. Estes são alguns dos sintomas mais comuns do Lúpus, doença autoimune crónica que afeta milhares de pessoas em todo o mundo.
Esta doença pode afetar muitos órgãos e sistemas diferentes e tem uma forma de atuação bastante variada, uma vez que os sintomas e as consequências dependem de doente para doente e até, no mesmo doente, de período para período, lê-se no site da Associação de Doentes com Lúpus.
Desde 2004 que se assinala a 10 de maio o Dia Mundial do Lúpus e, este ano, o Núcleo de Doenças Autoimunes (NEDAI) da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna (SPMI) lembra que quer para o desenvolvimento da doença, quer para o seu controlo, os hábitos saudáveis são fundamentais.
Além da toma adequada e controlada da medicação prescrita pelo médico, não fumar, ter uma alimentação saudável, praticar exercício físico, manter atividades ao ar livre, evitar ambientes poluídos e evitar também a exposição solar desprotegida são alguns dos conselhos dados por António Marinho, internista da Unidade de Doenças Autoimunes do Hospital Santo António no Centro Hospitalar do Porto e coordenador nacional do NEDAI.
Como detetar o Lúpus?
Embora se trate de uma doença autoimune, multisistémica e com manifestações muito variadas, “o diagnóstico baseia-se normalmente nas características clínicas que são típicas da doença”, lê-se num comunicado enviado às redações.
Estas caraterísticas “incluem a erupção cutânea na face, nas bochechas, com a típica distribuição em ‘asas de borboleta’, a inflamação das articulações, a alopecia (queda de cabelo), as aftas, a fotossensibilidade e múltiplos tipos de afeção cutânea relacionadas muitas vezes com a exposição solar”.
Mas não só. “O envolvimento de órgãos internos é na maioria dos casos detetado pelo conjunto de dados obtidos através de uma história clínica e exame físico cuidadosos e simples testes laboratoriais que estão disponíveis na maioria dos laboratórios”, explica António Marinho.
No entanto, salienta a nota recebida, “as manifestações da doença podem surgir ao longo do tempo e por vezes só é possível ter a certeza do diagnóstico após algum tempo de seguimento”.