Estima-se que 51% dos adultos nos Estados Unidos e 31% em todo o mundo não façam qualquer exercício recomendado para manter a saúde, sublinham os investigadores do Instituto Nacional do Cancro norte-americano (NCI), cujo estudo foi publicado 'online' no Journal of the American Medical Association, Internal Medicine.
Por atividade física regular entendem os investigadores caminhar, correr, nadar ou andar de bicicleta a um ritmo entre o moderado e o vigoroso durante 150 minutos por semana.
Centenas de estudos anteriores analisaram a relação entre atividade física e redução do risco de desenvolver cancro do cólon, da mama e do endométrio, tecido que reveste o útero, mas os resultados não foram conclusivos para os outros tipos de tumores, devido ao demasiado pequeno número de participantes envolvidos, observam os autores do novo estudo.
Estes últimos trabalharam dados de 1,44 milhões de pessoas com idades entre os 19 e os 98 anos, nos Estados Unidos e na Europa.
Os participantes foram seguidos, em média, durante 11 anos, um período durante o qual 187.000 novos casos de cancro foram diagnosticados.
O novo estudo não só confirmou a relação já comprovada entre um nível sustentado de exercício e a maior baixa do risco de cancro colorretal, da mama e do endométrio, mas também de dez outros tipos de tumores.
Os investigadores detetaram uma redução do risco dos seguintes cancros: esófago (-42%), fígado (-27%), pulmão (-26%), rim (-23%), estômago (-22%), endométrio (-21%), sangue (-20%), cólon (-16%) e mama (-10%).
Na maioria dos casos, a relação entre atividade física e redução do risco de cancro manteve-se independentemente do peso da pessoa e de se tratar ou não de um fumador.
Para o conjunto dos cancros, a redução do risco resultante de exercício regular vigoroso foi de 7%.
Em contrapartida, as atividades físicas foram relacionadas com um aumento de 5% do risco de cancro da próstata e de 27% do melanoma, um agressivo cancro da pele. Sobretudo em regiões com muito sol nos Estados Unidos.
"Os nossos resultados mostram que a ligação entre exercício e redução do risco de cancro pode ser generalizada em diferentes grupos da população, incluindo entre as pessoas com excesso de peso e obesas e ex-fumadoras", frisou Steven Moore, investigador do National Cancer Institute e principal autor do estudo.