A resistência a antibióticos é uma das maiores preocupações do momento e talvez um dos problemas de saúde pública que mais impacto terá a curto e médio prazo.
Jim O’Neill, investigador e economista, lançou no ano passado o alerta: as superbactérias vão matar 10 milhões de pessoas até 2050. A afirmação do britânico pode soar a exagerada, mas a verdade é que estas bactérias resistentes a antibióticos colocam a saúde num risco demasiado alto e que pode mesmo ser fatal, sendo as crianças o grupo mais vulnerável.
As superbactérias resistentes a antibióticos têm vindo a ser um dos aspetos mais estudados pela ciência e, no início desta semana, a Organização Mundial da Saúde (OMS) listou as 12 superbactérias resistentes a antibióticos e que, por isso, podem colocar a saúde pública em risco, deixando o apelo para a criação de novos fármacos capazes de travar este problema global.
A lista da OMS, que pode consular aqui, lista as superbactérias por ordem de emergência na criação de antibióticos capazes de fazer frente aos seus danos no organismo e sistema imunitário. A saber:
Prioridade crítica – Entre as bactérias em que é urgente encontrar um antibiótico eficaz estão três que são resistentes a carbapenem, sendo que a última pertence ainda à terceira geração de bactérias resistentes a cephalosporin:
- Acinetobacter baumannii (bactéria que pode afetar o sistema urinário e respiratório, sendo comum em pneumonias);
- Pseudomonas aeruginosa (bactéria que se apodera de pacientes com o sistema imunitário comprometido e, por isso, é comum em pacientes internados);
- Enterobacteriaceae (grupo bacteriano que pode causar infeções intestinais).
Prioridade alta – Aqui, encaixam seis superbactérias:
Enterococcus faecium, resistente a vancomycin (esta bactéria pode causar infeções em várias partes do corpo, sendo também um tipo de bactéria que se apodera de pessoas debilitadas);
Staphylococcus aureus, resistente a methicillin e a vancomycin (a síndrome do choque tóxico é uma das doenças que pode ser causada por esta bactéria, podendo também provocar pneumonia);
Helicobacter pylori, resistente a clarithromycin (pode causar gastrite, úlceras no estômago e cancro no estômago);
Campylobacter, resistente a fluoroquinolone (pode causar doenças diarreicas);
Salmonella spp, resistente a fluoroquinolone (pode causar infeções alimentares graves);
Neisseria gonorrhoeae, resistente à terceira geração de cephalosporin e também resistente a fluoroquinolone (pode causar gonorreia).
Prioridade média – Neste leque, estão três superbactérias cuja descoberta de um antibiótico é urgente, embora não tanto como nas restante nove mencionadas acima:
Streptococcus pneumoniae, resistente a penicilina (é uma das principais causas de pneumonia);
Haemophilus influenzae, resistente a ampicillin (causa infeções variadas em crianças e adolescentes);
Shigella spp., resistente a fluoroquinolone (pode causar infeções de origem alimentar).