“Nós somos o que comemos”. A questão é já “velha” e assume-se cada vez mais como uma das melhores formas de espelhar a verdadeira importância que a alimentação tem na saúde… para o bem e para o mal.
Para o naturopata João Bravo, formado em Osteopatia e Naturopatia em Espanha e Canadá, com especialização na área de Nutrição, “isto significa que a saúde está diretamente relacionada com a alimentação” e se as mulheres “privilegiarem bons alimentos tais como, verduras, hortaliças, frutas, frutos vermelhos, frutos secos, sementes, ovos biológicos, carnes brancas, peixes gordos, entre outras, a tendência é terem menos problemas de saúde. Se por outro lado, comeram ‘maus alimentos’ tais como açúcar, gorduras saturadas, carnes vermelhas em excesso, fritos, fast-food, comida processada, entre outras a tendência é vir a sofrer problemas graves de saúde tais como, artrite, Alzheimer, Parkinson, etc.”.
“Hoje em dia já se sabe que mesmo o cancro está também relacionado com a qualidade da alimentação. Não podemos esquecer que segundo as estatísticas uma em cada 3 mulheres sofrerão de cancro. Esses mesmas estatísticas dizem que num futuro próprio esse rácio aumentara para uma em cada duas pessoas”, destaca, salientando que “todos os alimentos são importantes e devem privilegiar uma dieta equilibrada e variada onde poderão encontrar todos os nutrientes necessários para uma vida saudável”.
O que devem as mulher comer em cada fase da vida?
Uma vez que a alimentação assume um papel de destaque ao longo da vida, há que saber adaptá-la as mais variadas fases. E foi isso que o especialista João Bravo explicou ao Lifestyle ao Minuto por e-mail.
Dos 20 aos 39 anos (inclusive) dá-se a fase em que a mulher “está no seu auge em termos físicos”, mas tal “não significa que não deva ter boas regras alimentares” Durante estes anos ‘dourados’, “é necessário privilegiar o consumo de frutas, verduras e alimentos integrais. Para diminuir o risco de osteoporose no futuro deverá também privilegiar alimentos ricos em cálcio e magnésio: brócolos, feijão, espinafres, sementes de linhaça, abacate e banana, são alguns dos alimentos ricos nestes nutrientes”.
Já entre os 40 e os 59 anos, altura em que “começam a fazer-se sentir as alterações hormonais que culminaram na menopausa”, é necessário “privilegiar alimentos baixos em gordura e açúcar”. Para o especialista, autor dos livros ‘Perca Peso Já e Ganhe Saúde’ e ‘Plano de 4 semanas para perder peso – e não voltar a Ganhar!’, “bons exemplos destes alimentos são as carnes brancas, grão de bico, feijão citrinos e maçã”.
E a soja? Essa é “uma grande aliada”, diz-nos no e-mail. Indo ao encontro daquilo que a ciência tem provado nos mais recentes estudos publicados, o doutor João Bravo salienta a importância desta proteína de origem vegetal por conter “isoflavonas – estrogénios naturais que contribuem para atenuar os sintomas da menopausa. Mas cuidado, não me refiro a bebida de soja, refiro-me aos grãos de soja de origem biológica e não geneticamente modificados”.
Depois dos 60 anos, e já entrando na fase mais tardia da vida da mulher, o ideal é “manter uma alimentação adequada continua a ser muito importante”, assim como “manter peso estável, pois o excesso de peso e de gordura pode agravar as doenças osteo articulares e ainda outras patologias”.
Olhando com atenção para um dos problemas mais comuns associados à velhice, o naturopata João Bravo salienta que para melhorar a saúde dos ossos e articulações “existem duas substâncias muito importantes a condroitina e glucosamida que podem ser encontradas no camarão e outros crustáceos, embora de forma residual, pelo que a minha recomendação é que sejam consumidas sobre a forma de suplemento”.
“Também é fundamental consumir um tipo de enxofre que se chama MSM (metilsufunilmetano) que atua como analgésico e antiflamatório natural e que pode ser encontrado nos brócolos, couve-flor, couve-de-bruxelas e rabanetes. A partir dos 60 anos, ocorre uma diminuição da capacidade sensorial, diminuindo a perceção de sede o que aumenta o risco de desidratação. Para que isto não aconteça é necessário ingerir cerca de um litro e meio a dois litros de água por dia”.
Quando questionado sobre o conselho mais certeiro para as mulheres que querem ser mais saudáveis e ter uma melhor qualidade de vida, o também criador do sistema MAP (que integra a medicina natural, a alimentação saudável e a Programação neurolinguística), diz que não há nada melhor do que “fazer uma dieta variada e equilibrada, dando preferência às hortaliças, frutas, verduras, frutos vermelhos, frutos secos, sementes, carnes brancas, ovos, peixe e azeite”.
“Eu costumo dizer que ‘o veneno está na dose’. O que eu quero dizer com isto é que tudo é permitido. É contudo fundamental conhecer os alimentos prejudiciais e come-los com alguma restrição”, conclui.