Há muito tempo que a moda se tem aliado à criatividade e às ideias arrojadas. Há muito que deixou de ser simplista e há muito que a moda tem feito história… pelo bem e pelo mal. Mas é este lado mais negro – ou menos entendido - aquele que mais tem chamado a atenção, especialmente depois da chegada da Internet e onde tudo é eterno e em grande escala.
Atualmente, são três as marcas que estão debaixo de fogo devido a criações muito distintas e que pouco ou nada agradaram aos consumidores, que não hesitaram em fazer-se ouvir online num uníssono de críticas e acusações. Mas há quem bata uma salva de palmas às mesmas criações. Será uma questão de gosto?
Comecemos pela Zara. Aquilo que tinha tudo para ser uma simples saia de ganga com desenhos estampados acabou por ser uma saia polémica e que levou a marca espanhola a tomar medidas drásticas.
Como lhe contámos aqui, a Zara lançou em parceria com Mario de Santiago uma saia de ganga com desenho de sapos semelhantes ao Pepe the Frog, personagem criada por Matt Furie em 2005, que, mais recentemente, ganhou um novo significado depois de um grupo de supremacistas se ter apoderado do símbolo dando-lhe uma conotação racista e anti-semita.
A associação ao racismo e ao ódio presente na peça de roupa incendiou a internet e as críticas foram tais que a marca espanhola acabou por deixar de vender a peça, mesmo depois de ter emitido um comunicado em que se desmarcava de qualquer associação à personagem.
Mas este não é o único caso de polémica associado à moda, nem tão pouco o único caso recente. Embora a saia da Zara esteja associada a questões de racismo, uma vez que a Liga Antidifamação considerou o sapo Pepe um símbolo de ódio, podemos dizer que existem outras polémicas que nada mais são o resultado da discrepância de gostos pessoais.
Vejamos o caso da Levis. A marca está debaixo de fogo depois de ter apresentado um par de jeans criado em parceria com a marca francesa Vetements. Trata-se de um par de calças de ganga com vários zippers, inclusive no rabo, como pode ver na imagem que se segue.
Assim que a coleção Vetements x Levis foi anunciada, não faltaram críticas aos modelos “ousados e provocadores” apresentados.
É no Instagram que mais se faz ‘ouvir’ a indignação, contudo, é nesta mesma rede social que se espelha a importância de respeitar os gostos de terceiros, uma vez que a presença do fecho-éclair na parte traseira das calças que tanto irrita a uns acaba mesmo por agradar a outros, sendo várias as pessoas que elogiam a criatividade e a mesma ousadia que outras criticam.
E porque gostos não se discutem (de todo), também a Topshop se viu recentemente em torno de uma polémica online. Como conta o El Mundo, a marca lançou um par de calças de ganga como tantos outros que se veem hoje… rasgados nos joelhos. Contudo, desta vez, a parte sem tecido era preenchida por plástico e o resultado era nada mais, nada menos do que um par de jeans no valor de cerca de 90 euros. Até aqui, tudo bem, não fossem as calças classificadas pela marca como ‘Clear Knee Mom Jeans’, algo que também deixou alguns clientes irritados.
A escolha de materiais e o preço aplicado no produto final em nada agradou os consumidores, que num instante começaram a questionar online o rumo da indústria da moda.