Sentimos fome quando necessitamos de alimento, quando o nosso corpo começa a sentir-se fraco, ‘vazio’ e até dorido. Mas também sentimos fome quando temos vontade de comer algo, mesmo que seja uma vontade meramente psicológica. E aquela fome que serve para atenuar a tristeza?
Pois bem, existem quatro tipos de fome muito distintos: a fome orgânica, a fome emocional, a fome mental e a fome de hábito. Mas, o que é que diferencia cada uma delas? A forma como surge, as hormonas que a estimulam e, como não poderia deixar de ser, o estilo de vida de cada pessoa. Mas vamos por partes.
A fome orgânica é aquela vem acompanhada de sinais físicos, como a dor de cabeça, a fraqueza ou a dor de estômago. Este tipo de fome é primário, surge gradualmente e tem como base a sobrevivência humana, sendo a sua satisfação uma forma de defesa. A fome orgânica é aquela que sentimos quando realmente precisamos de alimento.
Já a fome emocional é aquela que surge não quando precisamos de alimento, mas quando queremos alimento, numa espécie de resposta ao stress e à tristeza, por exemplo. Neste tipo de fome temos, na verdade, uma vontade de comer quase inconsciente, especialmente alimentos calóricos, com sal ou quantidades exageradas de açúcar.
A fome emocional, diz o site Mind Body Green, é aquela que tem origem em determinados sentimentos com os quais a pessoa não sabe lidar, olhando para a comida como uma forma de conforto ou recompensa. A origem desta fome é, em parte, hormonal e, como lhe explicámos aqui, a fome emocional surge repentinamente, leva a que a pessoa não tenha consciência da quantidade e não consegue promover a saciedade.
Contudo, é possível que a fome orgânica ande lado a lado com a fome emocional. É o que acontece quando surge o desejo por determinados alimentos (como acontece frequentemente com o chocolate). Neste caso, a vontade/necessidade de comer deve-se a uma fome psicológica, que não só está relacionada com a necessidade orgânica de determinado nutriente, como também com as emoções.
Um outro tipo de fome comum, embora menos penoso que a emocional, é a fome mental, aquela que nasce da rotina e dos horários que são comuns no dia a dia. Se a pessoa almoça sempre pelas 13h00, o corpo vai habituar-se e sentir fome sempre nesse mesmo horário. A intensidade deste tipo de fome depende, claro, da quantidade de vezes que a pessoa come ao longo do dia, sendo que quem opta por fazer pequenas refeições a cada três horas tende a conseguir controlar mais eficazmente a fome mental.
Mas a fome mental não depende, apenas, de um relógio mental. Este tipo de gula disfarçado de fome pode surgir quando a pessoa vê alimentos apetitosos ou, por exemplo, quando está concentrada numa determinada tarefa.
Tal como acontece com a fome emocional, a fome de hábito é acompanhada de tudo menos de fome. Este tipo de fome está associado a gestos e hábitos rotineiros e nada tem a ver com a fome real, mas sim com a vontade de comer. Diz o site Mind Body Green que a fome de hábito está ligada à tendência de petiscar quando se vê televisão, à ingestão de bolachas quando se lê um livro, ao gelado que acompanhada uma ida à internet, etc.
A melhor forma de entender a fome e perceber se é, na verdade, fome ou vontade de comer passa pela avaliação dos sinais que o corpo dá - se físicos ou emocionais - e pelo momento do dia em que a fome surge, de modo a perceber se é uma fome de hábito ou até uma fome mental.