Mitos e verdades sobre o cancro do ovário

A incidência do cancro do ovário começa a aumentar a partir dos 40 anos de idade, contudo, isso não quer dizer que este não seja também um problema de mulheres mais jovens.

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Notícias Ao Minuto
15/11/2017 11:30 ‧ 15/11/2017 por Notícias Ao Minuto

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O cancro do ovário é um tipo tumor que atinge mais de 250 mil mulheres por ano em todo mundo e que se assume como um dos mais difíceis de identificar, seja pela falta de sintomas ou pela carência de exames de rotina capazes de descobrir a doença com precisão quando esta está ainda numa fase inicial.

Apesar de se tratar de um tipo de cancro cuja consciencialização tem vindo a aumentar, importa pôr os pontos nos 'is' e listar aqueles que são os mitos e as verdades sobre a doença. Ei-los:

1. O cancro do ovário só afeta mulheres idosas ou após a menopausa – Mito.

Ainda que a taxa de mortalidade da doença seja maior a partir da sétima década de vida, a incidência do cancro do ovário começa a aumentar a partir dos 40 anos de idade. Contudo, a doença é também diagnosticado em pacientes jovens.

Por se tratar de uma doença silenciosa, é importante que mulheres com idade entre 30 e 60 anos conversem com seu médico para avaliar quais as estratégias a seguir para diminuir o risco de desenvolver da doença.

2. Existem três principais tipos de cancro de ovário – Verdade.

Os três principais tipos de tumores de ovário são:

Cancro Epitelial do Ovário – Este tumor desenvolve-se a partir das células que cobrem a superfície externa do ovário. Os subtipos desse tumor incluem: tumores com baixo potencial de malignidade, tumores epiteliais malignos do ovário, carcinoma peritoneal primário e cancro das trompas de Falópio.

Cancro de Células Germinativas do Ovário - O tumor de células germinativas do ovário desenvolve-se a partir das células que produzem os óvulos. A maioria dos tumores de células germinativas é benigna, embora alguns sejam cancerosos. Menos de 2% dos cancros de ovário são tumores de células germinativas.

Cancro Estromal do Ovário - Desenvolve-se a partir de células do tecido conjuntivo que mantêm os ovários juntos para a produção das hormonas sexuais, o estrogénio e progesterona.

3. Micro quistos no ovário e no útero podem evoluir para cancro – Mito.

Segundo o médico Marcelo Horácio, diretor clínico da AstraZeneca Brasil, as lesões benignas permanecem benignas durante toda a sua evolução e lesões malignas já surgem com o potencial de se dividirem e se espalharem pelo corpo. Sendo assim, as lesões que são comprovadamente benignas não evoluem para um cancro.

4. Mudanças nos hábitos de vida são capazes de prevenir o aparecimento do cancro do ovário – Verdade.

Um dos principais fatores de risco para o cancro do ovário é a obesidade, portanto, ter uma alimentação saudável que promova o controlo do peso é uma das estratégias para a prevenção da doença. Entretanto, existem fatores genéticos responsáveis pelo aumento do risco dos tumores, como pacientes portadoras de mutações germinativas nos genes BRCA1 e 2, como o famoso caso da atriz Angelina Jolie, portadora da mutação no gene BRCA1 e que optou pela retirada dos ovários e trompas de falópio.

5. Endometriose é um dos fatores de risco para o cancro do ovário – Mito.

De acordo com o médico Marcelo Horácio, a endometriose não representa um fator de risco para o cancro do ovário, ainda que existam controvérsias sobre a doença ser responsável pelo aumento do risco de tipos específicos de tumores de ovário, como o carcinoma endometrioide e células claras. Os fatores de risco principais para o cancro do ovário são: idade, obesidade, primeira gestação tardia (após os 30 anos), síndrome do ovário policístico (SOP), terapias de reposição hormonal após a menopausa, histórico familiar de cancro de mama, ovário e peritonite, além da presença de mutação hereditária em genes de predisposição ao cancro do ovário (por exemplo, BRCA1 e BRCA2).

6. Mulheres que toma a pílula por muitos anos têm mais probabilidade de ter cancro do ovário – Mito.

Não. Na verdade, alguns estudos mais recentes mostram que o uso de contracetivos é um fator de proteção contra o cancro de ovário.

7. Dor durante o ato sexual é um dos sintomas de cancro do ovário – Verdade

Apesar de carecer de sintomas numa fase inicial, o cancro do ovário apresenta diversos sintomas nas fases mais avançadas da doença: dor abdominal, aumento do volume abdominal, perda de peso, fadiga, mudança no funcionamento do intestino e dor durante a relação sexual. De acordo com o especialista, vale ainda salientar que estes sintomas podem ser causados por outras doenças benignas e até mesmo por outros tipos de cancro. No entanto, quando são causados pelo cancro do ovário, tendem a ser persistentes e apresentam uma alteração fora do normal, ocorrendo com mais frequência. Se a mulher apresentar estes sintomas quase que diariamente por mais de algumas semanas, deve consultar seu médico, de preferência um ginecologista.

8. Uma mulher diagnosticada com cancro do ovário não poderá ter filhos após o tratamento - Mito.

Como a incidência de cancro do ovário ocorre, na maioria das vezes, em mulheres na pós-menopausa, esse cenário não é muito comum. Além disso, a grande maioria dos casos são diagnosticados em estágios avançados, nos quais a retirada dos órgãos genitais femininos é realizada durante um procedimento cirúrgico, inviabilizando a gravidez futura nesta paciente. No entanto, se a paciente é jovem e está numa fase inicial da doença e tem intenção de engravidar, apenas o ovário com o tumor e a trompa de Falópio do mesmo lado são retirados.

 

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