Bebés são capazes de usar pensamento lógico antes de aprenderem a falar

Um novo estudo demonstra que a linguagem não é um pré requisito para o raciocínio lógico.

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Liliana Lopes Monteiro
16/03/2018 14:35 ‧ 16/03/2018 por Liliana Lopes Monteiro

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Ciência

O estudo inédito sugere que a capacidade humana para pensar logicamente não depende da linguagem, pelo menos inteiramente. Os resultados da investigação sugerem que mesmo os bebés, novos demais para falarem, conseguem raciocinar e fazer deduções.

Os autores do estudo provenientes de várias instituições universitárias europeias e norte-americanas, analisaram crianças de idades compreendidas entre os 12 e os 19 meses, altura durante a qual se começa a ter noção da linguagem e se inicia a aprendizagem da fala – mas ainda não se domina inteiramente o processo discursivo.

As crianças tiveram que inspecionar repetidamente vários objetos, tais como um dinossauro ou uma flor. Os items foram inicialmente escondidos por trás de um ecrã preto. Na experiência uma animação mostrava por vezes um dinossauro na tela, que de seguida era retirada para aparecer por trás uma flor. Já noutras vezes o ecrã desaparecia e surgia em vez da flor, um segundo dinossauro.

Os bebés deduziram que algo não estava 'bem', apesar de não serem capazes de articular esse sentimento em palavras.

O chamado 'monitoramento ocular' - uma técnica comum usada para detetar a habilidade mental em crianças na fase pré discursiva e nos símios – revelou que as crianças observaram mais demorada e atentamente as cenas durante as quais o objeto inesperado apareceu por trás da barreira, sugerindo que ficaram confusas com a alteração.

"Os nossos resultados indicam que a aquisição de vocabulário lógico pode não ser a base do desenvolvimento dos blocos basilares fundamentais da associação lógica na mente", explica o autor do estudo Nicoló Cesana-Arlotti, investigador e professor na Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos.

Um dos mais relevantes componentes da lógica humana está diretamente relacionado com a capacidade de equacionar hipóteses alternativas e de eliminar as que são inconsistentes: é o dinossauro que está atrás do ecrã ou é a flor?

Como parte integrante do mesmo estudo, o autor Cesana-Arlotti e os seus colegas ainda detetaram que as pupilas das crianças dilatavam quando viam animações com desfechos ilógicos.

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