"Irmã, eu acredito em ti". Freiras apoiam vítima do grupo 'La Manada'

Jovem de 18 anos foi violada por cinco homens, em Espanha. Em decisão polémica, tribunal espanhol condenou grupo por delito continuado de abuso sexual e não por violação coletiva.

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© Facebook/Patricia Carmelitas Hondarribia Noya

Anabela de Sousa Dantas
29/04/2018 09:41 ‧ 29/04/2018 por Anabela de Sousa Dantas

Mundo

Espanha

A irmã Patricia Noya, das Carmelitas Descalças de Hondarribia (em Guipúzcoa, no País Basco), recorreu ao Facebook para mostrar o seu apoio à vítima dos cinco homens da ‘La Manada’, em nome de toda a ordem.

“Nós vivemos em clausura, temos um hábito que chega aos tornozelos, não saímos à noite (a não ser que seja de urgência), não vamos a festas, não bebemos álcool e fizemos voto de castidade. Não é uma opção que nos torna melhores ou piores que ninguém, mesmo que paradoxalmente nos faça mais livres e felizes do que a muitos”, começa por dizer a freira.

“E porque é uma opção LIVRE, defendemos com todos os meios ao nosso alcance (este é um) o direito de todas as mulheres a fazer LIVREMENTE o contrário sem que sejam julgadas, violadas, amedrontadas, assassinadas ou humilhadas por isso”, terminou, acrescentando a máxima que tem sido partilhada para apoiar este caso (e outros de agressão sexual): ‘Hermana, yo si te creo’.

Patricia Noya explicou, em entrevista à Verne, do El País, que é ela quem faz a gestão da página de Facebook mas refere: “Todas as carmelitas descalças me apoiam no que escrevi”.

A condenação atribuída aos cinco homens do grupo autodenominado 'La Manada', recorde-se, gerou muita controvérsia em Espanha e trouxe ao de cima muitas vozes de apoio aos direitos da mulheres, apontando a injustiça da sentença.

Os cinco agressores são acusados de violar em grupo um jovem de 18 anos durante as festas de São Firmino em 2016, em Pamplona. O tribunal de Navarra entendeu, com base num vídeo de 92 segundos filmado por um dos agressores, que foi cometido o delito continuado de abuso sexual e não de violação coletiva. Absolvidos, portanto, do delito de agressão sexual (violação), pelo qual estavam também acusados pelo Ministério Público, os homens receberam, cada um, uma pena de 9 anos de prisão, motivando protestos nas ruas.

Nas imagens do vídeo, a jovem fecha os olhos e não se defende, motivando a decisão do tribunal espanhol. Os cinco homens sempre alegaram que o sexo foi consentido, mas a jovem desmente, dizendo que não foi consentido e que entrou em estado de choque.

A publicação de Patricia Noya, feita na última quinta-feira e amplamente noticiada pelos meios de comunicação espanhóis, conta com mais de 13 mil partilhas e 11 mil gostos naquela rede social. Recorde-se que as irmãs carmelitas descalças vivem em conventos de clausura - os Carmelos.

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