Vaticano sente "vergonha" de abusos sexuais. Papa "do lado das vítimas"

Vaticano emite comunicado sobre o relatório Supremo Tribunal do estado da Pensilvânia, onde cerca de 300 padres são acusados de abusos sexuais contra menores.

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Anabela de Sousa Dantas
16/08/2018 22:13 ‧ 16/08/2018 por Anabela de Sousa Dantas

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Vaticano

O Vaticano emitiu a sua reação oficial ao relatório divulgado na terça-feira pelo Supremo Tribunal do estado da Pensilvânia, sobre os alegados abusos sexuais de menores por membros da Igreja Católica, dizendo que “há duas palavras que podem expressar os sentimentos” do Vaticano “perante estes crimes horríveis: vergonha e dor”.

A reação foi emitida através de um porta-voz do Vaticano, citado por jornalistas no local, e era esperada desde a divulgação do relatório, que envolve cerca de 300 padres em crimes cometidos ao longo dos últimos 70 anos, estando mais de 1000 crianças identificadas como vítimas.

“Os abusos descritos no relatório são criminosos e moralmente repreensíveis. Aqueles atos são traições de confiança que roubaram os sobreviventes da sua dignidade e da sua Fé. Deve haver responsabilização tanto para os abusadores como para os que permitiram que os abusos acontecessem”, afirmou o Vaticano.

“As vítimas têm que saber que o Papa está do lado delas. Aqueles que sofreram são a Sua prioridade, e a Igreja quer ouvi-los para arrancar pela raiz este trágico horror que destrói as vidas dos inocentes”, termina o comunicado.

Recorde-se que o relatório sobre o alegado abuso sexual de menores no seio da Igreja Católica revelou cerca de 300 nomes de "sacerdotes predadores", acusados de abusos sexuais em seis dioceses do estado da Pensilvânia. O documento, de 1.356 páginas, refere que a maior parte das vítimas foram rapazes, ainda que também existam raparigas, e entre eles adolescentes e muitos pré-adolescentes.

Um desses nomes é Edward George Ganster, falecido há quatro anos. Sabe-se agora, graças ao relatório, que foi o próprio clérigo a pedir para ser afastado da diocese onde trabalhava e ainda foi recomendado pela mesma para trabalhar num parque infantil, onde esteve 18 anos.

O relatório descreve, assim, os abusos sexuais como "sistemáticos" e que os chefes da Igreja Católica "preferiam proteger os abusadores e a instituição acima de tudo o resto".

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