Opção de permanecer na UE "não deve ser excluída", diz ministro sombra

A opção de permanecer na União Europeia não deve ser excluída pelo partido Trabalhista no caso de um novo referendo, defendeu hoje o ministro sombra para o Brexit do 'Labour', Keir Starmer.

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Lusa
25/09/2018 14:06 ‧ 25/09/2018 por Lusa

Mundo

Keir Starmer

"O parlamento deve ter a primeira palavra, mas se precisarmos de romper o impasse, as nossas opções devem incluir fazer campanha por um voto público e ninguém está a excluir a permanência", disse, recebendo uma ovação do congresso do partido a decorrer em Liverpool.

Starmer vincou que o ideal para resolver o impasse será convocar eleições nacionais, mas acrescentou que, "se isso não for possível, [é preciso] ter outras opções e isso deve incluir fazer campanha por um voto público".

"Se o parlamento votar contra o acordo da primeira-ministra, ou se ela não conseguir um acordo, isso não significa o fim do debate e o 'Labour' deve avançar e influenciar o que acontecer a seguir", argumentou.

Esta posição contraria a linha oficial do partido, que até agora tem reiterado que vai respeitar o resultado do referendo de 23 de junho de 2016, quando 52% dos eleitores britânicos determinaram que o Reino Unido deveria sair da UE.

Provocou também uma série de reações de outros militantes que falaram a seguir, uns sugerindo cautela para não alienar os eleitores, outros absolutamente contra.

Também o ministro do Interior, Sajid Javid, reiterou hoje que o governo britânico não apoia a realização de um novo referendo sobre o 'Brexit'.

"Não vai existir. Este governo nunca estará a favor", disse, durante uma palestra em Madrid organizada pela agência EFE.

Em Liverpool, Starmer deu também a entender que o partido Trabalhista não concorda com a direção que as negociações do governo britânico com Bruxelas estão a tomar.

"Deixem-me ser muito claro: Se Theresa May trouxer de volta um acordo que falhe nos nossos testes - e isso parece cada vez mais provável -, os trabalhistas vão votar contra", garantiu o antigo procurador geral.

Starmer afirmou que o objetivo "não é frustrar o processo, é parar um 'Tory Brexit' destrutivo. É lutar pelos nossos valores. E lutar pelo nosso país".

Os militantes do 'Labour' vão votar hoje uma moção que deixa o modelo de um segundo referendo, reivindicado pelo partido dos Liberais Democratas e dos Verdes, bem como por algumas figuras do próprio 'Labour', como o 'Mayor' de Londres, Sadiq Khan.

"Se não conseguirmos uma eleição nacional, o Partido Trabalhista deve apoiar todas as restantes opções disponíveis, incluindo fazer campanha por um voto público", diz o texto.

O governo britânico estipulou 29 de março de 2019 como a data da saída efetiva do país da UE, mas ainda está a negociar os termos da saída e também da futura relação com os restantes 27 países membros.

Na sexta-feira, a primeira-ministra britânica, Theresa May, admitiu que existe um "impasse" e pediu a Bruxelas "respeito", exigindo que seja apresentada uma contraproposta ao seu plano para criar uma zona de comércio livre para bens e produtos alimentares.

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