Grupo jihadista da Al-Qaida assume que liderou ataque no Mali
O grupo jihadista da Al-Qaida no Magrebe Islâmico (AQMI) assumiu hoje a responsabilidade pelo ataque no Mali, no qual dez capacetes azuis chadianos morreram, afirmando que foi uma "reação à visita do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, ao Chade".
© Reuters
Mundo Processos
Segundo a agência de notícias mauritana Al-Akhba, o grupo alega ter liderado o ataque, o mais mortífero contra a missão da ONU no Mali (Minusma) "em reação à visita do primeiro-ministro israelita Benjamin Netanyahu ao Chade".
As tropas de paz do contingente chadiano estacionado em Aguelhok, no nordeste do Mali, a 200 km da fronteira com a Argélia, "repeliram um complexo ataque lançado por atacantes que chegaram armados, a bordo de muitos veículos", segundo o Minusma.
Três agressores foram mortos e um capturado durante o confronto, disse à AFP no domingo à noite uma fonte próxima ao Minusma.
Segundo a ONU, dez capacetes azuis chadianos morreram hoje e pelo menos 25 ficaram feridos no ataque terrorista no norte do Mali.
Através do seu representante no Mali, o secretário-geral da ONU, António Guterres, condenou veementemente o ataque e transmitiu as suas condolências ao Governo do Chade e às famílias dos falecidos.
Guterres pediu às autoridades do Mali e aos grupos armados que assinaram a paz com o governo que trabalhem para identificar os responsáveis, para que possam ser levados à justiça o mais rápido possível.
O secretário-geral da ONU lembrou que os ataques aos capacetes azuis podem constituir crimes de guerra sob o direito internacional e deixou claro que este tipo de ação não fará com que as Nações Unidas reduzam os seus esforços para estabilizar o Mali.
Destacada desde 2013, depois de o norte do Mali ter caído sob a influência de 'jihadistas' ligadas à Al-Qaida, o Minusma tem cerca de 12.500 militares e polícias, sendo atualmente a missão de manutenção da paz das Nações Unidas com mais vítimas.
De acordo com o balanço feito em abril no ano passado, cerca de 160 capacetes azuis já tinham morrido no país, sendo 102 em atos hostis, constituindo mais de metade dos soldados das Nações Unidas mortos durante este período em todo o mundo.
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