Dois ataques terroristas levados a cabo em duas mesquitas na Nova Zelândia, mataram, pelo menos, 49 pessoas, deixando dezenas de feridos graves.
A polícia desativou vários engenhos explosivos que se encontravam numa viatura junto a uma das mesquitas e deteve três homens e uma mulher.
O momento em que um dos atiradores entra numa das mesquitas e começa a disparar indiscriminadamente foi inclusivamente transmitido em direto nas redes sociais.
Esse homem foi identificado como Brenton Tarrant, um australiano de 28 anos, que publicou online um manifesto anti-imigrantes, sob o título 'A grande mudança: Rumo a uma nova sociedade', de 87 páginas onde justificou os ataques.
No manifesto, segundo conta o Mirror, terá escrito: "Sou um homem branco normal, de uma família normal. Que decidiu fazer uma tomada de posição para assegurar um futuro para o meu povo".
Refere ter tido pouco interesse em estudar e que não frequentou a universidade, acrescentando que trabalhou com a Bitconnect, uma operadora de criptomoeda, o que lhe deu fundos para depois poder viajar. Segundo a ABC News, trabalhou também como personal trainer na Austrália desde 2009 a 2011.
Terá visitado a Europa, o sudeste asiático e também a Coreia do Norte.
Noutra parte do documento, onde responde à pergunta de porque levou a cabo o ataque, responde: "Acima de tudo para mostrar aos invasores que o nosso território nunca vai ser o seu, as nossas pátrias são nossas e que, enquanto um homem branco viva, nunca vão conseguir conquistar as nossas terras ou substituir os nossos cidadãos".
#BREAKING: Man who identified himself as Brenton Tarrant uploaded lengthy manifesto online before carrying out Christchurch, New Zealand shooting rampage https://t.co/3dwagifAuO pic.twitter.com/k4IIIa2Umy
— Matthew Keys (@MatthewKeysLive) March 15, 2019
"Temos de garantir a existência do nosso povo e um futuro para as crianças brancas", acrescenta.
Este documento foi descrito pelo primeiro-ministro australiano, Scott Morrison, como "uma obra de ódio".
Nos carregadores de munições que usou para matar as vítimas nas mesquitas podiam ler-se referências a responsáveis por tiroteios em massa, várias figuras militares sérvias e referências à Batalha de Viena, em 1683, onde os cristãos derrotaram os otomanos, por exemplo.
Mas, segundo o Sydney Morning Herald, no manifesto, falou sobre Anders Breivik, o terrorista de extrema-direita norueguês que matou 77 pessoas com uma carrinha bomba e uma arma em 2011, referindo que recebeu a "bênção" atrávés dos seus associados. Falava ainda de Donald Trump, o presidente dos Estados Unidos, como "um símbolo de identidade branca renovada e objetivo comum".
Afirma ainda que chegou à Nova Zelândia “para viver temporariamente para planear e treinar", mas depois decidiu realizá-lo naquele país. Explica também que começou a organizar o ataque há dois anos e "um ataque em Christchurch com três meses de avanço".
[Notícia atualizada às 12h10 com novas informações]