Avaliada em 6,5 mil milhões de dólares (6,1 mil milhões de euros) pelo parlamento romeno, esta aquisição "reforçará consideravelmente as capacidades de defesa" do país, declarou o primeiro-ministro da Roménia, Marcel Ciolacu, numa cerimónia em Bucareste.
"Infelizmente, a atual situação geopolítica demonstra a necessidade premente de meios de dissuasão sólidos, tanto a nível da aliança atlântica como a nível nacional", acrescentou.
O país da Europa de Leste, que tem estado na linha da frente da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO) desde o lançamento da ofensiva russa na Ucrânia, em fevereiro de 2022, está a redobrar esforços para modernizar a sua defesa.
A embaixadora dos Estados Unidos em Bucareste, Kathleen Kavalec, que esteve presente na reunião, saudou a compra, considerando-a "um passo importante que dará uma contribuição significativa [...] para a segurança coletiva".
O Departamento de Estado norte-americano aprovou a venda em setembro.
Em 2023, a Roménia abandonou os obsoletos caças Mig-21 LanceR, herdados da era comunista, que foram substituídos por F-16 americanos em segunda mão, comprados a Portugal e à Noruega, antecipando a entrada em serviço dos F-35, prevista para a década de 2030.
Seguindo nos últimos anos as pisadas da Polónia, Finlândia e Alemanha, a Roménia "torna-se o 20.º membro da aliança mundial do F-35", anunciou o gigante norte-americano Lockheed Martin, fabricante dos caças, num comunicado de imprensa.
Trata-se principalmente de países da NATO e de aliados próximos de Washington na Ásia, como a Coreia do Sul e o Japão.
Mais de mil aviões estão em funcionamento em todo o mundo, segundo o grupo, enquanto a França concebeu o Rafale para manter a sua autonomia estratégica.
O 'F-35' é um avião 'stealth' de quinta geração, equipado com motores Pratt & Whitney, tendo sido utilizado no Iraque e na Síria contra o grupo Estado Islâmico (EI).
Visto desde o início como um produto de exportação destinado a assegurar o domínio de Washington no mercado dos aviões de combate, o caça é apresentado como uma maravilha tecnológica versátil, mas o seu desenvolvimento foi afetado pela sua complexidade, nomeadamente na conceção dos programas informáticos e na integração dos diferentes sistemas.
Os críticos receiam também que os elevados custos de exploração do avião sejam insustentáveis.
Com a compra destes aviões de ponta, a Roménia "alinha-se com o resto do mundo", comenta o especialista em segurança Hari Bucur Marcu, antigo coronel da Força Aérea que contribuiu para a integração das forças romenas na NATO, em 2004.
"Mostra que está pronta, juntamente com outros países europeus, para assumir uma maior responsabilidade no caso de a guerra se estender para além das fronteiras da Ucrânia", frisou.
A Ucrânia, que partilha uma fronteira de 650 quilómetros com o seu vizinho ucraniano e faz fronteira com o Mar Negro, descobriu em várias ocasiões destroços de 'drones' russos no seu território e está agora em alerta constante.
Perante este cenário, o país comprometeu-se a modernizar a sua defesa e afirma querer aumentar o seu orçamento para 2,5% do produto interno bruto (PIB), objetivo que não conseguiu atingir no ano passado (1,6% do PIB, segundo os dados da NATO, ou seja, abaixo do limiar pedido de 2%).
Com a ajuda dos países aliados, foi criado um centro regional de formação de pilotos de 'F-16', onde treinam soldados romenos e ucranianos.
Mais de 5.000 soldados da NATO estão também destacados em solo romeno, o maior contingente de forças da Aliança Atlântica no flanco sudeste da Europa.
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