Segundo duas sondagens citadas pela AFP, uma realizada antes da votação e outra durante o dia, publicadas depois do fecho das urnas, os socialistas seriam os grandes vencedores das europeias com 28 a 30% dos votos e 18 e a eleição de 18 eurodeputados, 11 pontos percentuais mais do que o PP (Partido Popular, direita).
A Espanha é assim o único dos países de maior dimensão da União Europeia onde os socialistas têm a possibilidade de ganhar as europeias.
As sondagens confirmam que os eleitores de direita estão agora divididos, tendo dividido o voto que tradicionalmente ia para o PP também pelo Cidadãos (direita liberal) e Vox (extrema-direita).
No entanto, o Vox, que as sondagens indicam ter agora 6-8% teria perdido terreno, depois de terem alcançado mais de 10% nas legislativas de 28 de abril último, quando imergiram em força no parlamento espanhol.
Os estudos de opinião também indicam que os independentistas catalães, Oriol Junqueras (detido provisoriamente e a ser julgado) e Carles Puigdemont (fugido na Bélgica) poderiam ser eleitos para o Parlamento Europeu.
A afluência às urnas nas eleições europeias em Espanha subiu mais de 15 pontos percentuais acima da consulta de 2014, um aumento explicado pelo efeito de "arrasto", por se realizarem ao mesmo tempo das municipais e regionais que mobilizam mais eleitores.
As três eleições têm lugar um mês depois das de abril que já tinham sido ganhas pelo PSOE que, no entanto, está longe de ter a maioria absoluta no parlamento nacional.
Vitorioso, o primeiro-ministro, Pedro Sánchez, é visto como a grande esperança dos socialistas europeus e pretende aproveitar-se do sucesso para colocar um espanhol num cargo europeu de destaque.
Madrid tem pressionado, nomeadamente, a candidatura para chefe da diplomacia europeia do seu ministro dos Negócios Estrangeiros, Josep Borrell, que também é o cabeça de lista do PSOE às europeias.
O resultado das eleições regionais e municipais são vistas por Sánchez como sendo determinantes para a formação do novo Governo espanhol que deverá ser investido no início de junho.
Uma vitória nestas eleições irá ajudar no projeto dos socialistas de governar sozinhos em minoria.
A segunda possibilidade dos socialistas é a de se coligarem com o Unidas Podemos (extrema-esquerda), para ter uma maior estabilidade política, mesmo que os dois partidos não tenham a maioria absoluta dos deputados.
O PSOE também deverá ganhar as eleições na maior parte das comunidades autónomas, nomeadamente em Madrid, segundo uma sondagem, que nos últimos 24 anos foi governada pelo PP.
Quanto às municipais, a atual presidente da importante câmara municipal de Madrid, Manuela Carmena, parece bem posicionada para ser reeleita.
Na segunda cidade do país, Barcelona, a atual presidente, Ada Colau, está a lutar pela reeleição com o independentista catalão Ernest Maragall, enquanto o ex-primeiro-ministro francês Manuel Valls, apoiado pelo Cidadãos está muito atrás.