No palco montado no hemiciclo de Bruxelas, Timmermans, reagindo aos resultados provisórios já conhecidos, começou desde logo por admitir que a sua família política "perdeu lugares" (em torno de 35 assentos, passado a ocupar 152), pelo que deve ser humilde, e garantiu que, pessoalmente, enquanto 'Spitzenkandidat' ao cargo de presidente da Comissão Europeia, não reclama "nada".
O candidato dos Socialistas Europeus defendeu, no entanto, que a personalidade que vai suceder a Jean-Claude Juncker na presidência da Comissão "não é seguramente a principal preocupação dos cidadãos europeus", mais interessados no programa que a UE vai ter nos próximos cinco anos, que assumiu também como a sua prioridade.
Nesse sentido, afirmou que a partir de agora vai trabalhar em busca de uma "aliança progressista" (de centro-esquerda) que dite a agenda na Europa.
Já na terça-feira, a "conferência de presidentes" do Parlamento Europeu -- que reúne os líderes de todas as bancadas -- vai reunir-se, de manhã, para analisar os resultados, e, à noite, os chefes de Estado e de Governo da UE vão reunir-se num Conselho Europeu extraordinário para começar a discutir as nomeações para os cargos institucionais de topo (incluindo presidências da Comissão Europeia, do Conselho e cargo de Alto Representante para Política Externa).
Timmermans observou que também o Partido Popular Europeu (PPE) perdeu dezenas de deputados face às eleições de 2014, e, admitindo que é a primeira vez que as duas principais famílias europeias não terão a maioria (conjunta) na assembleia, comentou que "o Parlamento Europeu é um reflexo do que acontece na maior parte dos Estados-membros", onde os grandes partidos tradicionais têm perdido espaço para outras forças políticas.
O candidato socialista holandês à presidência da Comissão insistiu então que cabe agora aos Socialistas Europeus tentar um entendimento com todas as "forças progressistas" com assento na assembleia, num "piscar de olhos" a Liberais, Verdes e Grupo da Esquerda Unitária.