"Os países do Mercosul levaram, em diferentes diálogos com os Estados Unidos, a possibilidade de termos negociações bilaterais ou cada um individualmente. Estamos a analisar a possibilidade de fazer essa negociação", disse Jorge Faurie, numa entrevista ao canal de televisão argentino La Nación+.
Atualmente, o Mercosul só pode estabelecer negociações em conjunto, do tipo 4+1. Ou seja, os quatro Estados-membros (Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai) estabelecem negociações com outro bloco ou país.
A alteração desse critério para permitir negociações individuais para que um dos membros possa negociar separadamente é parte da flexibilização que o Mercosul debate atualmente para avançar com mais agilidade em acordos de livre comércio.
"Acredito que um acordo com os Estados Unidos complementaria enormemente o que acabamos de fazer com a União Europeia", avaliou o chefe da diplomacia da Argentina, país que preside atualmente ao Mercosul.
Entre 1994 e 2005, todos os países do continente americano negociaram uma Área de Livre Comércio das Américas (ALCA). As negociações fracassaram quando os países do Mercosul decidiram que o projeto beneficiava os Estados Unidos.
Desde então, as negociações por acordos de livre comércio entre os países latino-americanos e os Estados Unidos aconteceram de forma bilateral.
Para os países do Mercosul, o acordo fechado com a União Europeia acelera as negociações que mantém com Canadá, Coreia do Sul, Singapura e EFTA (Suíça, Liechtenstein, Noruega e Islândia), além de tornar mais atraente o Mercosul para novas negociações.
O bloco sul-americano espera fechar ainda em 2019 outras duas negociações praticamente concluídas: Canadá e EFTA.
A revitalização do Mercosul entre os seus próprios membros e entre as negociações com terceiros serão o foco da próxima Cimeira do bloco em 17 de julho na cidade argentina de Santa Fé.