"O Reino Unido faz tantas coisas boas no mundo. É trágico que justamente quando poderíamos ter sido a força intelectual e política dominante em toda a Europa e mais além, tenhamos tido de passar todos os dias a trabalhar sob a nuvem negra do 'Brexit'", lamentou, na carta de demissão publicada na rede social Twitter.
Apesar de ter trabalhado com Boris Johnson quando este foi ministro dos Negócios Estrangeiros, Duncan tornou-se um crítico feroz do colega conservador, nomeadamente quando este recusou defender o antigo embaixador britânico nos EUA Kim Darroch após a publicação de um telegrama confidencial em que o diplomata criticava a administração do presidente Donald Trump.
"A falta de consideração por Sir Kim e a recusa em apoiá-lo foi bastante desprezível e também não teve em conta os melhores interesses do país que ele está a tentar liderar", afirmou na altura.
Duncan é o primeiro a demitir-se de vários membros do governo que já deram a conhecer a indisponibilidade para servir sob Boris Johnson, nomeadamente o ministro das Finanças britânico, e o ministro da Justiça, David Gauke.
Na semana passada, Margot James deixou as funções de secretária de Estado da Cultura após ter contrariado a orientação do voto do governo e apoiado uma monção no parlamento para dificultar a suspensão do parlamento em outubro, uma hipótese que Johnson não descartou como via para forçar um 'Brexit' sem acordo.
O The Sun noticiou na semana passada que mais de 12 de membros do governo poderão demitir-se se Boris Johnson ganhar a eleição interna para a liderança do partido Conservador, na qual é considerado o favorito, contra o atual ministro dos Negócios Estrangeiros, Jeremy Hunt.
Os cerca de 160 mil militantes do partido têm até às 16:00 (mesma hora em Lisboa) para fazer chegar o voto postal, após o que será iniciado o processo de contagem dos boletins.
O nome do vencedor será anunciado na terça-feira de manhã, mas só deverá assumir as funções de primeiro-ministro após a demissão formal de Theresa May, na tarde de quarta-feira.