A oposição russa - vários membros tiveram as suas candidaturas rejeitadas às eleições locais, que se realiza em setembro - realizou no sábado um protesto no centro da capital russa.
Esta manifestação não autorizada resultou em cerca de 1.400 detenções, segundo uma organização não-governamental (ONG), numa situação inédita desde o retorno do Presidente russo, Vladimir Putin, ao Kremlin em 2012.
Na noite de segunda-feira, o ministério dos Negócios Estrangeiros de França pediu a "libertação rápida" de manifestantes presos e expressou a "sua profunda preocupação" perante a situação.
"É a mesma França onde, durante cerca de um ano, houve verdadeiros combates entre os manifestantes e a polícia, segundo os próprios franceses", reagiu a porta-voz russa Maria Zakharova no Facebook, referindo-se ao movimento dos "coletes amarelos", que abalaram o país durante vários meses.
"As autoridades francesas praticaram na sua população todos os tipos de métodos repressivos: gás lacrimogéneo e canhões de água e prisões em massa", disse a porta-voz.
"As manifestações não foram permitidas e a polícia agiu como se (os manifestantes) fossem ocupantes estrangeiros e não a população francesa", disse Maria Zakharova.
Na Rússia, os tribunais anunciaram na terça-feira que ordenaram cerca de 60 prisões provisórias e condenaram mais de 160 pessoas a multas após a manifestação de sábado.
Mesmo antes desta manifestação, o principal adversário do Kremlin, Alexei Navalny, foi condenado na semana passada a 30 dias de prisão por apelar às pessoas que se manifestassem.