Rússia pede a França que não dê lições sobre detenção de manifestantes

A Rússia pediu hoje à França que não lhe "dê lições" sobre a recente detenção de mais de mil manifestantes russos, acusando os franceses de usarem "todos os métodos repressivos" contra o movimento dos "coletes amarelos".

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© Reuters

Lusa
31/07/2019 11:51 ‧ 31/07/2019 por Lusa

Mundo

Maria Zakharova

 

A oposição russa - vários membros tiveram as suas candidaturas rejeitadas às eleições locais, que se realiza em setembro - realizou no sábado um protesto no centro da capital russa.

Esta manifestação não autorizada resultou em cerca de 1.400 detenções, segundo uma organização não-governamental (ONG), numa situação inédita desde o retorno do Presidente russo, Vladimir Putin, ao Kremlin em 2012.

Na noite de segunda-feira, o ministério dos Negócios Estrangeiros de França pediu a "libertação rápida" de manifestantes presos e expressou a "sua profunda preocupação" perante a situação.

"É a mesma França onde, durante cerca de um ano, houve verdadeiros combates entre os manifestantes e a polícia, segundo os próprios franceses", reagiu a porta-voz russa Maria Zakharova no Facebook, referindo-se ao movimento dos "coletes amarelos", que abalaram o país durante vários meses.

"As autoridades francesas praticaram na sua população todos os tipos de métodos repressivos: gás lacrimogéneo e canhões de água e prisões em massa", disse a porta-voz.

"As manifestações não foram permitidas e a polícia agiu como se (os manifestantes) fossem ocupantes estrangeiros e não a população francesa", disse Maria Zakharova.

Na Rússia, os tribunais anunciaram na terça-feira que ordenaram cerca de 60 prisões provisórias e condenaram mais de 160 pessoas a multas após a manifestação de sábado.

Mesmo antes desta manifestação, o principal adversário do Kremlin, Alexei Navalny, foi condenado na semana passada a 30 dias de prisão por apelar às pessoas que se manifestassem.

 

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