Ursula Mueller disse, em conferência de imprensa em Nova Iorque, que, apesar de considerar que a arquitetura da resposta humanitária da ONU é eficaz, "a chave é, realmente, a capacidade local e o poder das equipas de intervenção locais".
A também coordenadora assistente da ONU para Emergências, questionada pela Lusa, disse que "a resposta de Moçambique aos ciclones Idai e Kenneth foi muito impressionante" e que a coordenação no terreno, liderada pelo Governo, "foi um enorme sucesso".
A responsável também destacou que as doações e o financiamento internacional foram disponibilizados rapidamente para a ajuda humanitária em Moçambique.
Para Ursula Mueller, o mais importante na resposta humanitária depois de um desastre natural são "as capacidades locais", porque "estes países estão encarregados" de dirigir as operações e a comunidade internacional junta-se para apoiar "os esforços dirigidos localmente".
A ONU celebra hoje o Dia da Ajuda Humanitária com uma campanha especial sobre mulheres, partilhando a história da moçambicana Augusta Maita e 23 outras mulheres de todo o mundo na página de internet criada para assinalar a data (worldhumanitarianday.org/24-stories).
A secretária-geral adjunta da ONU para Assuntos Humanitários disse que ficou "muito comovida" ao conhecer a moçambicana.
"Foi uma mulher que esteve a gerir a resposta ao desastre em Moçambique, o nome dela é Augusta Maita e eu conheci-a. Quando ela partilhou a sua história, de ter visto mulheres e crianças serem arrastadas pela corrente das inundações, fiquei muito comovida", disse Ursula Mueller.
Em março, o ciclone Idai atingiu o centro de Moçambique, causando 604 vítimas mortais e afetando cerca de 1,8 milhões de pessoas.
Pouco tempo depois, o norte do país foi devastado pelo ciclone Kenneth, matando 45 pessoas e afetando outras 250.000.