Trump cancela visita à Dinamarca após polémica sobre Gronelândia

O presidente norte-americano deveria visitar o país dia 2 de setembro, a convite da Rainha Margrethe II.

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Sara Gouveia
21/08/2019 07:44 ‧ 21/08/2019 por Sara Gouveia

Mundo

EUA

O presidente norte-americano cancelou a visita de Estado após a primeira-ministra dinamarquesa dar conta de que a Gronelândia não está à venda. Donald Trump deveria visitar o país dia 2 de setembro, a convite da Rainha Margrethe II.

Em causa está a sugestão de Trump de que os Estados Unidos estariam interessados em comprar a Gronelândia, um território autónomo da Dinamarca.

A situação caricata acabou por dar azo a uma resposta da parte da primeira-ministra dinamarquesa, Mette Frederiksen, que descreveu a sugestão como absurda. "A Gronelândia não está à venda. A Gronelândia não é dinamarquesa, é da Gronelândia. Espero sinceramente que não tenham sido declarações sérias", disse Frederiksen à estação pública da Dinamarca (DR) quando questionada sobre os planos norte-americanos para a compra da ilha", referiu.

Trump recorreu ao Twitter para anunciar o cancelamento da visita, referindo novamente a Gronelândia. "A Dinamarca é um país muito especial com pessoas incríveis, mas com base nos comentários da primeira-ministra  Mette Frederiksen, de que não teria nenhum interesse em discutir a compra da Gronelândia, vou adiar a reunião marcada para daqui a duas semanas para outra altura...", acrescentando ainda que "a primeira-ministra conseguiu poupar despesas e esforços tanto da parte dos Estados Unidos como da Dinamarca ao ser tão direta". "Agradeço-lhe por isso e espero reagendar a reunião para outra altura", rematou.

Um porta-voz da Casa Branca e a Casa Real dinamarquesa confirmaram mais tarde que o encontro tinha sido cancelado, refere a BBC.

A Gronelândia é a maior ilha do mundo e é um território dinamarquês autónomo, localizado entre o Atlântico Norte e o Ártico. Tem uma população de mais de 56 mil pessoas concentradas na zona costeira, quase 90% indígenas Inuítes, membros da nação indígena esquimó.

Tem desde o referendo de 1979 estatuto de autonomia, com competências próprias exceto nas áreas de defesa, política externa e emissão de moeda, entre outras áreas, incluindo a impossibilidade de pedir o direito à autodeterminação.

Durante a ocupação da Dinamarca pela Alemanha nazi na Segunda Guerra Mundial (1939-1945) os Estados Unidos tomaram posições na Gronelândia e após o final do conflito instalaram uma base área militar estrategicamente importante durante a Guerra Fria e que continua ativa. No passado, os Estados Unidos tentaram várias vezes comprar a maior ilha do mundo, a última vez foi em 1946 através de uma iniciativa do Presidente Truman.

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