"O ataque do inimigo israelita a Basta (...) em Beirute matou, de acordo com um relatório atualizado, mas não definitivo, 29 pessoas e feriu outras 67", informou o ministério em comunicado, acrescentando que as buscas entre os escombros ainda estavam em curso.
Na noite de sábado, segundo o executivo libanês, foi encontrado "um grande número de partes de corpos", cuja identidade ainda está a ser apurada em testes de ADN, o que deverá aumentar o número de mortos num dos ataques israelitas mais mortíferos em Beirute desde o início da escalada de violência contra o grupo xiita Hezbollah no dia 23 de setembro.
Várias equipas da Defesa Civil e dos bombeiros foram mobilizadas para retirar os escombros do prédio de oito pisos atacado, que ruiu.
Segundo a Agência Nacional de Notícias do Líbano (ANN), "foi deixada uma cratera profunda após a utilização de bombas destruidoras de 'bunkers'", a mesma arma utilizada por Israel para assassinar o líder do Hezbollah, Hasan Nasrallah, em 27 de setembro no subúrbio sul de Beirute.
Ainda permanece pouco claro o principal objetivo do bombardeamento, embora os meios de comunicação israelitas tenham apontado que o alegado alvo era um alto funcionário do grupo xiita libanês apoiado pelo Irão.
O ataque naquela zona do centro da cidade ocorreu na madrugada de sexta-feira para sábado, horas depois de aviões do Exército israelita terem realizado bombardeamentos em grande escala, sobretudo no sul do Líbano, e que prosseguiram no dia seguinte.
Pelo menos 84 pessoas morreram e outras 213 ficaram feridas no sábado em ataques israelitas contra várias partes do Líbano, incluindo as 29 vítimas mortais em Beirute.
Hoje, a aviação israelita voltou a executar uma série de bombardeamentos contra Dahye, no subúrbio sul da capital libanesa, a seguir a um aviso de evacuação para várias zonas desta zona da cidade controlada pelo Hezbollah.
O Exército israelita atacou também no sábado à noite a passagem fronteiriça de Jousieh, entre o Líbano e a Síria, argumentando de que era utilizada pela milícia xiita libanesa para se munir de armamento do Irão.
"Estas armas são utilizadas para atividades terroristas contra civis israelitas e soldados das Forças de Defesa de Israel que operam no sul do Líbano", segundo o Exército israelita em comunicado.
Durante o mesmo dia, um bombardeamento israelita contra um quartel na zona costeira sul do Líbano provocou a morte a pelo menos um soldado libanês e fez outros 18 feridos.
O Exército israelita manifestou o seu "arrependimento" pelo ataque num comunicado hoje divulgado, referindo que "ocorreu numa área de operações de combate ativas contra a milícia do Hezbollah" e que o caso está a ser investigado.
Num outro comunicado, o Exército confirmou ainda que atacou hoje o posto de comando a partir do qual a organização xiita terá lançado mais de 30 'rockets' contra o norte de Israel.
Em sentido contrário, os militares israelitas registaram mais de 160 disparos de 'rockets' que ativaram alarmes no centro e norte de Israel, incluindo Telavive e que deixaram um homem de 60 anos gravemente ferido na região da Alta Galileia.
O Hezbollah anunciou, por seu lado, que destruiu hoje seis tanques Merkava israelitas no sul do Líbano, incluindo cinco na periferia da estratégica cidade costeira de Bayada e outro região de Deir Mimas, a cerca de 2,5 quilómetros da fronteira israelo-libanesa.
Em mais de um ano de violência, mais de 3.500 pessoas foram mortas e mais de 15 mil ficaram feridas no Líbano, a maioria desde 23 de setembro, segundo as autoridades de Beirute, que indicam também acima de 1,2 milhões de deslocados pelo conflito.
Entre as vítimas mortais estão pelo menos 240 menores e 706 mulheres, segundo o Ministério da Saúde Pública, e 222 profissionais de saúde morreram e outros 330 ficaram feridos desde o início das hostilidades, há pouco mais de um ano.
Do lado israelita, morreram 78 pessoas em ataques lançados a partir do Líbano, das quais 47 eram civis. Além disso, 46 ??soldados e um investigador morreram em combate no sul do país vizinho, onde Israel iniciou uma invasão terrestre desde o passado dia 01 de outubro.
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