David Fajgenbaum tem uma história de vida que dava para escrever um livro. E foi exatamente isso que fez. 'Chasing My Cure: A Doctor’s Race to Turn Hope into Action', lançado no passado dia 10 de setembro, conta a história de um estudante de Medicina que, à beira da morte, é impulsionado a descobrir a sua própria cura.
Os primeiros sintomas apareceram quando David estudava Medicina, aos 25 anos de idade, na Universidade da Pensilvânia. Gânglios linfáticos aumentados, suores noturnos, fadiga acentuada, sintomas que apenas progrediram em gravidade, tendo ido parar às urgências quando os rins e o fígado começaram a falhar, descreve a CNN.
Este foi apenas o primeiro episódio grave de quatro que aconteceram entre 2010 e 2013. Nesse ano, aos 28 anos, David acabaria mesmo por ser internado no Hospital da Universidade do Arkansas [na imagem acima, com o pai].
O jovem ficou hospitalizado durante sete semanas e a sua situação era tão grave que os médicos lhe pediram para escrever o testamento. Não era certo o diagnóstico, mas os médicos acreditavam que se tratava de um linfoma. David chegou a pesar 32 quilos e a ficar temporariamente cego de um olho.
Mais tarde, com o agravar da sua condição, foi-lhe diagnosticada doença de Castleman multicêntrica idiopática. Há casos em que esta doença, que afeta os nódulos e os tecidos linfáticos, pode curar-se com uma operação, mas David tinha uma variante muito grave, com uma possibilidade de sobrevivência de apenas 35%.
David Fajgenbaum no seu escritório, na Universidade da Pensilvânia© Reprodução
As opções que lhe restavam era quimioterapia, à qual o corpo foi respondendo positivamente, mas que não seria suficiente para garantir a sua sobrevivência. Entretanto, foi concluindo os estudos em Medicina.
Foi nessa altura que conseguiu descobrir um tratamento. Fazendo uso das suas próprias análises, David deu atenção a um sintoma que era desvalorizado - manchas vermelhas que lhe foram aparecendo no corpo - e nesse sintoma encontrou a chave que precisava para reverter alguns sintomas da doença.
David Fajgenbaum continua a trabalhar na investigação à doença, que ainda está longe de terminar, mas agora pode oferecer esperança a pessoas na sua condição. Em entrevista à CNN, indica que a sua história é ilustrativa daquilo que se pode conseguir quando se está 'entre a espada e a parede'.