Moussa Faki Mahamat manifestou, em comunicado, a sua "viva preocupação na sequência dos últimos desenvolvimentos da situação política na República da Guiné-Bissau, nomeadamente o decreto presidencial, que estabelece a dissolução do Governo e as reações que se seguiram".
Na segunda-feira, o Presidente da Guiné-Bissau, José Mário Vaz, demitiu o Governo liderado pelo primeiro-ministro, Aristides Gomes, após uma reunião do Conselho de Estado, justificando a decisão com o que considera "uma grave crise política" que põe em causa "o normal funcionamento das instituições da República" e nomeou para o cargo Faustino Imbali, que já tomou posse.
A Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO, que tem mediado a crise política e tem no terreno a Ecomib, uma força de interposição, desde 2012) considerou o decreto do Presidente guineense ilegal, reiterou o apoio a Aristides Gomes e admitiu a possibilidade de impor sanções a quem criar obstáculos ao processo de organização das presidenciais, marcadas para 24 de novembro.
A Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) e Portugal reconheceram também como legítimo o governo de Aristides Gomes.
Moussa Faki Mahamat expressou, no mesmo comunicado, concordância com os esforços da CEDEAO e "apoio total à sua posição" divulgada publicamente na terça-feira.
A União Africana reiterou ainda o apoio "às relevantes decisões" da 55 ª cimeira dos chefes de Estado e de Governo da CEDEAO, nomeadamente à manutenção do Governo resultante das eleições legislativas de 10 de março e cujo mandato "incide sobre a organização das eleições presidências de 24 de novembro".
O líder da organização africana apelou, por outro lado, ao "conjunto dos intervenientes políticos" da Guiné-Bissau para que cumpram "as decisões da CEDEAO e os compromissos assumidos", encorajando-os "a privilegiar o diálogo e a concertação para encontrar uma saída favorável à crise atual".