"Afirmo o meu apoio às eleições antecipadas, com uma comissão eleitoral nova e independente, porque a legitimidade do Governo vem do povo", declarou Barham Saleh num discurso à nação.
Saleh disse que o primeiro-ministro, Adel Abdelmahdi, é a favor de apresentar a sua demissão, com a condição de que as forças políticas cheguem a "um entendimento sobre um substituto, no âmbito da Constituição e para impedir um vazio constitucional".
O chefe de Estado também indicou que está a acompanhar as consultas e as reuniões com as coligações e forças políticas e os movimentos populares para realizar "as reformas necessárias dentro da estrutura legal para proteger a estabilidade do Iraque".
Barham Saleh referia-se às reformas económicas, políticas e sociais que os iraquianos pedem nas ruas desde o início de outubro, quando eclodiu a primeira onda de protestos e, nos últimos dias, contra a classe política por corrupção e falta de serviços públicos básicos.
Milhares de manifestantes saíram na quarta-feira às ruas de Bagdad, capital iraquiana, pelo sexto dia consecutivo, em protesto contra o Governo e o fim da corrupção.
As manifestações no Iraque começaram no dia 1 de outubro para pedir a "queda do regime", quando se assinala o primeiro ano do novo executivo iraquiano, que implementou uma série de reformas económicas alvo de contestação.
A contestação decorreu até agora em duas fases. A primeira, entre 1 e 6 de outubro provocou, segundo números oficiais, 157 mortos, quase todos manifestantes.
A segunda começou na quinta-feira à noite, após uma interrupção de 18 dias, por ocasião de uma importante peregrinação xiita e fez, até agora, 82 mortos, de acordo com um balanço da comissão governamental de direitos humanos.