"Um sentido elementar de justiça implicaria que alguns comportamentos, dos quais as empresas são geralmente responsáveis, não fiquem impunes. Em particular, todos aqueles que podem ser considerados ecocídios", disse o papa no XX Congresso Internacional da Associação de Direito Penal, realizada esta semana em Roma.
"Estamos a pensar em introduzir o pecado ecológico no catecismo da Igreja católica, o pecado contra o lar comum", anunciou.
Relativamente ao "ecocídio", o papa Francisco diz que são ações como "a poluição maciça do ar, da terra e dos recursos hídricos, a destruição em grande escala da flora e da fauna e qualquer ação capaz de produzir um desastre ecológico ou destruir um ecossistema".
Na opinião do papa, enfrentamos "crimes contra a paz", que devem ser reconhecidos como tal pela comunidade internacional.
"Nesta circunstância gostaria de apelar a todos os líderes e representantes do setor que contribuam para garantir a proteção adequada da nossa casa comum", acrescentou.
O pontífice lembrou que o Sínodo dos Bispos sobre a Amazónia, realizado em outubro em Roma, em que foram abordados os problemas ambientais e a ordenação sacerdotal de homens casados, já propunha definir o pecado ecológico como uma ação contra Deus, a comunidade e o meio ambiente.