ANC ratifica expulsão de ex-Presidente Jacob Zuma do partido no poder

O Congresso Nacional Africano (ANC), partido no poder na África do Sul desde 1994, ratificou a expulsão do ex-Presidente Jacob Zuma do partido, foi hoje anunciado.

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Lusa
22/11/2024 21:36 ‧ 22/11/2024 por Lusa

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O comité disciplinar do partido governante decidiu manter a expulsão do antigo líder sul-africano por apoiar e liderar um partido político de oposição, o uMkhonto weSizwe (MKP), nas eleições gerais em maio, enquanto membro do ANC.

 

"Esta decisão reafirma o compromisso do ANC com a moralidade revolucionária, a disciplina revolucionária e o centralismo democrático", declarou hoje a porta-voz o do ANC Mahlengi Bhengu-Motsiri, citada pela imprensa local.

A porta-voz do partido no poder na África do Sul considerou que as ações de Zuma "afetaram a unidade e a coesão do movimento numa altura em que é crucial consolidar e avançar com a renovação da organização e enfrentar os desafios prementes que a África do Sul enfrenta".

O antigo Presidente Jacob Zuma (2009-2018) foi formalmente suspenso do ANC em janeiro, tendo o antigo chefe dos serviços secretos durante a luta contra o apartheid sido um pilar do partido histórico desde a década de 1960.

Todavia, o ANC cortou oficialmente relações com o líder do partido MK em julho, depois de o comité disciplinar nacional (NDC) do partido ter resolvido expulsá-lo na sequência de uma audiência disciplinar realizada em 23 de julho na sua ausência.

Zuma, de 81 anos, disse que iria fazer campanha por um novo partido radical, o Umkhonto weSizwe (MK, ou "Ponta de Lança da Nação"), cujo nome deriva da ala militar do ANC durante o anterior regime de 'apartheid' que vigorou até ao início da década de 1990.

O partido de Zuma, criado apenas a alguns meses das eleições em 29 de maio, tornou-se a terceira força maior política do país com 14,58% dos votos, elegendo pela primeira vez 58 lugares no parlamento, segundo a Comissão Eleitoral Independente (IEC).

Atormentado por escândalos de corrupção pública, elevada pobreza, desemprego e criminalidade no país, o ANC perdeu a maioria absoluta pela primeira vez em 30 anos, tendo sido obrigado a formar com vários partidos um Governo de Unidade Nacional, em junho, para os próximos cinco anos.

No poder desde que Nelson Mandela venceu, em 1994, as primeiras eleições multirraciais, o ANC caiu de 57,50% (230 deputados), em 2019, para 40,18% dos votos nacionais elegendo apenas 159 mandatos na Assembleia Nacional de 400 lugares.

Jacob Zuma foi o quarto Presidente da África do Sul democrática, de 2009 a 2018, mas foi forçado a demitir-se devido a escândalos de corrupção, sendo atualmente acusado na justiça num caso com mais de 20 anos de suborno e alegada corrupção pública na compra de armamento em 1999 pela África do Sul democrática pós-'apartheid'.

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