'Nobel Alternativo' atribuído hoje em Estocolmo

O 'Prémio Nobel Alternativo', atribuído pela fundação sueca Right Livelihood, é hoje entregue em Estocolmo, capital da Suécia, numa cerimónia aberta pela primeira vez ao público, para assinalar os 40 anos da distinção.

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Lusa
04/12/2019 19:37 ‧ 04/12/2019 por Lusa

Mundo

Right Livelihood

 

A jovem ativista sueca Greta Thunberg, o líder indígena brasileiro Davi Kopenawa e a Hutukara Associação Yanomami, de conservação da floresta tropical da Amazónia, foram distinguidos no passado dia 25 de setembro com o 'prémio Nobel Alternativo'.

A advogada chinesa Guo Jianmei e a defensora dos direitos humanos saraui Aminatou Haidar receberam também o galardão, que assinala este ano o 40.º aniversário da Right Livelihood Award.

Segundo o comunicado de imprensa da organização, a jovem ativista do clima Greta Thunberg foi escolhida por ter "inspirado e ampliado as exigências políticas para uma ação climática que reflita factos científicos".

O líder indígena Davi Kopenawa e a Hutukara Associação Yanomami evidenciaram-se "pela corajosa determinação na proteção das florestas e da biodiversidade da Amazónia, das terras e da cultura dos povos indígenas".

A advogada chinesa Guo Jianmei foi distinguida pelo "trabalho pioneiro e persistente na defesa dos direitos das mulheres na China", tendo ao longo dos anos ajudado milhares de mulheres a terem acesso à justiça.

A defensora dos direitos humanos sarauí Aminatou Haidar destacou-se "pela firme ação não violenta, apesar de detenções e tortura, em prol da justiça e da autodeterminação dos povos do Saara Ocidental".

Cada um dos premiados vai receber um milhão de coroas suecas (94 mil euros), destinadas a apoiar o trabalho que desenvolvem nas suas áreas e não para uso pessoal.

No palco da cerimónia, a jornalista Amy Goodman (distinguida em 2008) vai moderar uma conversa, por videoconferência a partir de Moscovo, com Edward Snowden, o ex-analista informático norte-americano que denunciou práticas de espionagem da Agência de Segurança Nacional (NSA) dos EUA, premiado em 2014.

Presente na apresentação dos prémios, Aminatou Haidar indicou que a sua "experiência se assemelha à de muitos" dos seus "compatriotas, cheia de injustiça, violações de direitos humanos, humilhação, desaparecimento forçado, tortura e privação, mas também cheia de resistência, sacrifício, recusa de submissão e determinação em defender os direitos humanos".

O líder indígena Davi Kopenawa do povo Yanomami, que recebe o prémio em conjunto com a Hutukara Associação Yanomami, salientou que sempre lutou "pelos direitos" do seu povo (Yanomami Ye'kwana) afirmando estar "muito feliz e honrado".

"Este prémio é uma nova arma para fortalecer a luta do nosso povo", acrescentou.

A jovem ativista Greta Thunberg não pode comparecer na cerimónia, uma vez que está em Lisboa a caminho da Conferência das Nações Unidas sobre as Alterações Climática de 2019 (COP25), em Madrid, mas esteve representada no palco por ativistas da Fridays For Future Suécia.

"Estou profundamente agradecida por ser uma das destinatárias desta grande honra. Mas é claro que, sempre que recebo um prémio, não sou eu quem ganha. O Right Livelihood Award é um enorme reconhecimento à Fridays For Future e ao movimento de greve climática. Muito obrigada!", afirmou.

Também Guo Jianmei (China), advogada de interesse público que defende os direitos das mulheres na China, não pode participar pessoalmente na apresentação dos prémios.

"A minha aspiração como advogada de interesse público é realmente muito simples - é deixar a luz do sol iluminar todos os cantos da nossa vida. Estou honrada por este prémio e pelo reconhecimento dos anos de trabalho dedicado da nossa equipa e rede de advogados de interesse público em toda a China", disse Guo Jianmei.

Criados em 1980, estes prémios "honram e apoiam homens e mulheres que oferecem respostas práticas e exemplares aos desafios mais urgentes e atuais".

 

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