O Partido-Social Democrata (SPD) da Finlândia, no poder, escolheu este domingo Sanna Marin para ocupar o lugar de Antti Rinne, que se demitiu na terça-feira, depois de um dos partidos que integram a coligação de governo, o Partido do Centro, lhe ter retirado a confiança política.
Este anúncio implicou a renúncia formal do executivo, integrado pelo SDP, que venceu as eleições de abril, o Partido do Centro, os Verdes, a Aliança de Esquerda e o Partido Popular Sueco da Finlândia.
Sanna Marin é vice-presidente do partido, parlamentar desde 2015 e até esta semana ocupava o lugar de ministra dos Transportes e Comunicações. De acordo com os jornais finlandeses Helsingin Sanomat e Ilta-Sanomat, citados pela agência Associated Press, Sanna Marin tornar-se-á na chefe de governo mais jovem em funções a nível mundial.
A Finlândia está na presidência rotativa da União Europeia (UE) até ao final do ano, por isso é provável que os deputados aprovem a breve trecho a nomeação de Sanna Marin, para que possa representar a Finlândia a 12 e 13 de dezembro na cimeira de líderes da UE em Bruxelas.
A crise política finlandesa partiu de um projeto dos Correios da Finlândia (Posti), empresa de capitais públicos, de passar cerca de 700 trabalhadores para um novo acordo coletivo, menos favorável, em nome da competitividade.
A questão suscitou logo em setembro fortes críticas à ministra com a tutela das participações do Estado, Sirpa Paatero, membro do partido de Antti Rinne.
A crise agravou-se em novembro quando os sindicatos convocaram uma greve de duas semanas.
O movimento em causa é muito representativo e tem o apoio de trabalhadores de outros setores económicos, que suspenderam o trabalho "por simpatia", como permite a legislação finlandesa.
Os sindicatos exigem saber se o Estado, acionista maioritário, aprovou o projeto.
A ministra fez várias declarações ambíguas e, a 28 de novembro, o primeiro-ministro foi chamado a explicar-se, tendo negado que o governo tivesse aprovado o projeto da direção dos Correios, o que foi contudo desmentido no dia seguinte pelo presidente do conselho de administração da empresa.
Antii Rinne reagiu anunciando a demissão da ministra, mas partidos da coligação consideraram a decisão tardia e exigiram votar uma moção de confiança no parlamento.
Com a demissão, a moção ficou sem efeito.