Greve em França atinge transportes e outros setores

Funcionários de aeroportos, professores e outros trabalhadores franceses aderiram hoje a greves por todo o país e os sindicatos aumentaram a pressão sobre o Governo para travar as mudanças no sistema nacional de reformas.

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Lusa
10/12/2019 12:50 ‧ 10/12/2019 por Lusa

Mundo

França

Os sindicatos que integram a intersindical francesa e quatro organizações de juventude convocaram para hoje novas greves e manifestações contra o projeto de reforma do regime de pensões proposto pelo Presidente francês, Emmanuel Macron.

No sexto dia consecutivo das greves que atingem toda a França, turistas e moradores de Paris usaram aplicações de telemóveis, bicicletas compartilhadas e criatividade para encontrar maneiras de chegar ao trabalho, escola e museus.

Muitos franceses ainda expressam apoio à greve, temendo que as suas próprias reformas diminuam se for aplicado o plano de Emmanuel Macron.

Entretanto, alguns admitiram que a sua paciência está a acabar com os problemas que se verificam sobretudo nos transportes.

A polícia de Paris ordenou que lojas e restaurantes fossem fechados nas avenidas ao redor do Palácio Nacional Les Invalides, um dos monumentos mais importantes de Paris, temendo a violência dos manifestantes anti-Governo durante a marcha em massa organizada para hoje à tarde.

Pelo menos 800.000 pessoas compareceram nas manifestações em toda a França na quinta-feira passada, quando o movimento da greve começou.

Os protestos estão hoje a ser realizados também em todo o país, com ativistas sindicais a agitar bandeiras vermelhas de Marselha, no Mediterrâneo, até Lille, no norte de França.

A Air France divulgou que mais de 25% do seu tráfego doméstico foi interrompido hoje pela greve, juntamente com mais de 10% dos seus voos de médio alcance, seguindo as ordens da autoridade francesa de aviação civil.

Cerca de metade das escolas de Paris foram fechadas e outras tiveram muitas aulas canceladas.

No geral, o número de trabalhadores em greve é menor do que na semana passada e o movimento pode perder peso depois de o Governo divulgar detalhes do plano de reforma na quarta-feira.

Macron está determinado em fazer aprovar as medidas relacionadas com pensões de reforma, considerando que as novas políticas são essenciais para transformar a economia francesa.

A oposição receia a perda de direitos e alerta para a degradação das condições de vida em virtude das novas mediadas a aplicar sobre os pensionistas.

As negociações entre o Governo de Macron, os sindicatos e outros agentes sociais prolongam-se há vários meses, mas, em concreto, os detalhes sobre o plano será apresentado nesta quarta-feira pelo primeiro-ministro Edouard Phiippe.

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