Os sindicatos que integram a intersindical francesa e quatro organizações de juventude convocaram para hoje novas greves e manifestações contra o projeto de reforma do regime de pensões proposto pelo Presidente francês, Emmanuel Macron.
No sexto dia consecutivo das greves que atingem toda a França, turistas e moradores de Paris usaram aplicações de telemóveis, bicicletas compartilhadas e criatividade para encontrar maneiras de chegar ao trabalho, escola e museus.
Muitos franceses ainda expressam apoio à greve, temendo que as suas próprias reformas diminuam se for aplicado o plano de Emmanuel Macron.
Entretanto, alguns admitiram que a sua paciência está a acabar com os problemas que se verificam sobretudo nos transportes.
A polícia de Paris ordenou que lojas e restaurantes fossem fechados nas avenidas ao redor do Palácio Nacional Les Invalides, um dos monumentos mais importantes de Paris, temendo a violência dos manifestantes anti-Governo durante a marcha em massa organizada para hoje à tarde.
Pelo menos 800.000 pessoas compareceram nas manifestações em toda a França na quinta-feira passada, quando o movimento da greve começou.
Os protestos estão hoje a ser realizados também em todo o país, com ativistas sindicais a agitar bandeiras vermelhas de Marselha, no Mediterrâneo, até Lille, no norte de França.
A Air France divulgou que mais de 25% do seu tráfego doméstico foi interrompido hoje pela greve, juntamente com mais de 10% dos seus voos de médio alcance, seguindo as ordens da autoridade francesa de aviação civil.
Cerca de metade das escolas de Paris foram fechadas e outras tiveram muitas aulas canceladas.
No geral, o número de trabalhadores em greve é menor do que na semana passada e o movimento pode perder peso depois de o Governo divulgar detalhes do plano de reforma na quarta-feira.
Macron está determinado em fazer aprovar as medidas relacionadas com pensões de reforma, considerando que as novas políticas são essenciais para transformar a economia francesa.
A oposição receia a perda de direitos e alerta para a degradação das condições de vida em virtude das novas mediadas a aplicar sobre os pensionistas.
As negociações entre o Governo de Macron, os sindicatos e outros agentes sociais prolongam-se há vários meses, mas, em concreto, os detalhes sobre o plano será apresentado nesta quarta-feira pelo primeiro-ministro Edouard Phiippe.