Corredor do Norte de Moçambique aposta na ferrovia

A empresa Corredor de Desenvolvimento do Norte (CDN) de Moçambique anunciou hoje que vai reforçar a aposta no transporte ferroviário a partir de janeiro, depois de terminar a concessão do porto de Nacala.

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Lusa
18/12/2019 17:04 ‧ 18/12/2019 por Lusa

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Moçambique

Sem que haja "continuidade da gestão do Porto de Nacala, há necessidade de as empresas do corredor" dedicarem "mais esforços ao negócio principal que é o escoamento e embarque do carvão, a partir de Tete" para o porto e "alavancar a potencialidade do transporte ferroviário de carga geral", explica Welington Soares, presidente do Conselho de Administração (PCA) das empresas do Corredor Logístico de Nacala, em comunicado.

A concessão de 15 anos do porto à CDN termina em 10 de janeiro e a data foi confirmada na terça-feira após reunião do Conselho de Ministros.

A decisão "resulta da necessidade de o Governo reavaliar a estratégia de gestão e exploração das baias ao redor do Porto de Nacala e redefinir formas de exploração da Baia face ao seu potencial e oportunidades para o desenvolvimento", lê-se no comunicado de hoje.

A CDN traça assim novos objetivos: "aumentar o volume e eficácia na logística ferroviária de carga geral, potenciar o negócio principal do corredor e manter o compromisso de continuar a investir para o desenvolvimento das comunidades ao longo do Corredor Nacala, operando com altos padrões ambientais".

A empresa referiu hoje, a título de balanço, que apoia mais de 15 mil famílias em programas de promoção de rendimentos nas áreas da agricultura, avicultura, pecuária e pesca.

Até 2018, a CDN-Porto "contribuiu em mais de 58,4 milhões de dólares (52 milhões de euros) em impostos para o Estado moçambicano, investiu em cerca de 20 milhões de dólares (18 milhões de euros) na aquisição de equipamentos portuários, para além de 11 milhões de dólares (nove milhões de euros) em custos indiretos no aluguer de equipamentos".

A extração de carvão pela empresa mineira brasileira Vale na região de Tete tornou viável a construção de uma ferrovia de 912 quilómetros, incluindo 200 que atravessam o território do Maláui, e um terminal portuário de águas profundas em Nacala.

Para poder exportar por via marítima, a Vale associou-se à japonesa Mitsui e à empresa pública Caminhos de Ferro de Moçambique, num investimento de 4,5 mil milhões de dólares (cerca de 4,067 mil milhões de euros).

A concessão do sistema ferroviário é válida até 2035.

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