Dezenas de milhares de pessoas, vestidas de preto, empunhavam imagens de Soleimani e exigiram vingança contra os Estados Unidos por um ataque aéreo que aumentou drasticamente as tensões no Médio Oriente. Entretanto, uma debandada no enterro fez pelo menos 35 mortos e 48 feridos.
Na segunda-feira, a polícia iraniana disse que milhões de pessoas se concentraram em Teerão para prestar homenagem ao general e às restantes vítimas do ataque aéreo norte-americano em Bagdade.
De acordo com a agência de notícias Associated Press, com base em fotografias aéreas tiradas na segunda-feira, pelo menos um milhão de pessoas esteve concentrado na capital iraniana.
O enterro do comandante da força de elite iraniana Al-Quds vai realizar-se no sul do Irão, numa cerimónia que vai ser presidida pelo líder supremo iraniano, ayatollah Ali Khamenei.
Qassem Soleimani morreu na sexta-feira num ataque aéreo contra o carro em que seguia, junto ao aeroporto internacional de Bagdade, ordenado pelo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
No mesmo ataque morreu também o 'número dois' da coligação de grupos paramilitares pró-iranianos no Iraque, Abu Mehdi al-Muhandis, conhecida como Mobilização Popular (Hachd al-Chaabi), além de outras oito pessoas.
O ataque ocorreu três dias depois de um assalto inédito à embaixada norte-americana que durou dois dias e só terminou quando Donald Trump anunciou o envio de mais 750 soldados para o Médio Oriente.
O Irão prometeu vingança e anunciou no domingo que deixará de respeitar os limites impostos pelo tratado nuclear assinado em 2015 com os cinco países com assento no Conselho de Segurança das Nações Unidas - Rússia, França, Reino Unido, China e EUA - mais a Alemanha, e que visava restringir a capacidade iraniana de desenvolvimento de armas nucleares. Os Estados Unidos abandonaram o acordo em maio de 2018.
No Iraque, o parlamento aprovou uma resolução em que pede ao Governo para rasgar o acordo com os EUA, estabelecido em 2016, no qual Washington se compromete a ajudar na luta contra o grupo terrorista Estado Islâmico e que justifica a presença de cerca de 5.200 militares norte-americanos no território iraquiano.