Primeiro-ministro timorense diz que coligação do Governo "já não existe"
O primeiro-ministro timorense disse hoje que a coligação do Governo, a Aliança de Mudança para o Progresso (AMP), "já não existe" depois do chumbo do seu maior partido à proposta do Orçamento Geral do Estado (OGE) para 2020.
© Lusa
Mundo Timor-Leste
"O público acompanhou na sexta-feira o debate e o chumbo. A AMP já não existe. Agora há a necessidade de ultrapassar a situação", afirmou Taur Matan Ruak aos jornalistas no Palácio Presidencial em Díli.
"Eu como primeiro-ministro estou à disposição do senhor Presidente da República e continuarei pronto para colaborar com qualquer decisão do senhor Presidente", disse.
Taur Matan Ruak falava depois de um encontro extraordinário com o Presidente da República, Francisco Guterres Lu-Olo, durante o qual informou da "situação" na sequência do chumbo na sexta-feira pelo parlamento da proposta de Orçamento Geral do Estado (OGE).
No terceiro e último dia do debate na generalidade do OGE, os deputados do Congresso Nacional da Reconstrução Timorense (CNRT) - maior partido da AMP - abstiveram-se ou votaram contra o diploma.
Essa votação acabou por levar ao chumbo da proposta, um OGE revisto que Taur Matan Ruak apresentou depois de retirar uma primeira proposta, em dezembro, perante forte contestação de todas as bancadas do Governo.
Além do CNRT, a AMP integra o Partido Libertação Popular (PLP) de Taur Matan Ruak e o Kmanek Haburas Unidade Nacional Timor Oan (KHUNTO).
"A AMP tinha um compromisso, assente em 3 questões: o programa do Governo tinha que passar, os 3 partidos da aliança tinham que votar juntos. Segundo, que orçamento tinha que passar e que leis estruturantes tinham que ser aprovadas", disse.
"O Orçamento não passou e o CNRT votou contra. é um sinal de que a AMP não existe", afirmou.
Taur Matan Ruak quis pedir "desculpa à liderança do CNRT, PLP e KHUNTO e militantes e simpatizantes" afirmando que trabalhou "para que isto não acontecesse, mas infelizmente os deputados do CNRT votaram contra".
Questionado pelos jornalistas, o chefe do Governo disse que não considera o voto "traição", explicando que o CNRT justificou o voto com o facto do Presidente da República ainda não ter dado posse a uma dezenas de membros do executivo (maioria daquele partido) e com criticas ao sistema do Governo.
A responsabilidade, porém, é agora "dos deputados do CNRT no parlamento nacional", disse Taur Matan Ruak que se declarou "honrado pelo convite da AMP, incluindo o CNRT para liderar a governação".
"Agradeço o apoio, mas não gosto de pressão ou chantagem", disse, sem elaborar, afirmando que os jornalistas devem agora questionar os deputados sobre as implicações do chumbo ao orçamento.
"A decisão sobre o que vai ocorrer depende agora do senhor Presidente. Vamos aguardar", considerou.
Questionado sobre se falou com Xanana Gusmão, líder da AMP e do CNRT, depois do chumbo, Taur Matan Ruak escusou-se a confirmar ou desmentir, considerando apenas que o que está em causa agora "é o orçamento, o Estado, e não os partidos".
"Há sempre solução. Cada problema tem uma solução. Cada cadeado tem a sua chave" disse.
"Aproveito para apelar à população de Timor, em todos os sucos e aldeias para que se mantenham tranquilos", disse ainda.
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