Identificado 'supercontagiador' do coronavírus em Wuhan

Zhao Junshi foi internado para retirar um tumor e dois dias depois foi-lhe diagnosticada a pneumonia.

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Sara Gouveia
29/01/2020 14:11 ‧ 29/01/2020 por Sara Gouveia

Mundo

Coronavírus

Uma pessoa infetou 14 funcionários de um hospital. Pouco depois de a Comissão de Saúde chinesa ter anunciado que o novo coronavírus descoberto em Wuhan, na China, era transmissível por contacto humano, Zhong Nanshan, o seu cientista-chefe revelou que 14 pessoas tinham sido infetadas ao tratar um paciente. A imprensa estatal chinesa revelou, finalmente, os detalhes este sábado, dia 24 de janeiro.

O paciente considerado 'supercontagiador' foi identificado como Zhao Junshi, de 69 anos, e tinha sido submetido a uma cirurgia para remover um tumor pituitário no departamento de neurocirurgia do hospital Wuhan Union, a 7 de janeiro. Ninguém, nem o próprio, tinha conhecimento de que estava infetado com a nova pneumonia viral.

Alguns pacientes são mais infecciosos do que outros com a mesma doença. Esse grupo de pessoas é chamado 'supercontagiador' e são um factor crucial na transmissão mais rápida de uma doença contagiosa.

Cronologia do contágio

A 11 de janeiro começou a ter febre subitamente e depois de uma tomografia foi possível verificar que tinha os dois pulmões infetados. O médico responsável reportou de imediato o caso de Zhao ao departamento de doenças contagiosas, requerendo especialistas para ajudar a diagnosticar a causa da doença.

Os médicos acabaram por concluir que o homem estava infetado com um "tipo de pneumonia desconhecido". Na altura ainda não havia kits de teste para o novo coronavírus.

No dia seguinte, o estado do paciente piorou e os exames revelaram "várias sombras nos seus pulmões". Foi então, que os médicos e enfermeiros que o tinham assistido e cuidado começaram a ter febre, um depois de outro. E foi aí que Zhao acabou por ser transferido para uma área de isolamento.

E a 15 de janeiro foi confirmado que estava infetado com o novo coronavírus e foi transferido para as instalações de doenças contagiosas de outro hospital na cidade. O pessoal médico afetado foi também posto sob isolamento e tratamento.

A omissão

Quando a Comissão de Saúde de Wuhan emitiu um balanço de rotina sobre a pneumonia, a 16 de janeiro, não mencionou que os funcionários do hospital tinham sido infetados. E assim continuou até 20 de janeiro, quando o cientista-chefe admitiu, numa conferência de imprensa, que o vírus se podia transmitir entre humanos.

Um dos médicos do hospital Wuhan Union, Lin Yu, recordou ao The Epoch Times, que pouco depois de o primeiro grupo de pacientes com coronavírus terem sido identificados, as autoridades locais insistiram para que os funcionários do hospital não revelassem nenhum tipo de informações nas redes sociais ou em entrevistas.

"Só havia uma coisa que podíamos fazer - dizer aos nossos pacientes para comprarem máscaras e usá-las quando saíssem e para não comprarem comida no mercado Huanan Seafood", revelou à mesma publicação. Entre o primeiro grupo de pacientes havia uma grande percentagem que trabalhavam ou eram clientes do mercado. 

Recorde-se que nas últimas 24 horas, 26 pessoas morreram na China, o que elevou o número de vítimas mortais para 132 e o número de casos confirmados subiu para 5.974 - um aumento de 1.459 em relação a terça-feira. Estes números significam que o novo vírus tem agora mais infetados do que a epidemia da Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS) que infetou 5.327 pessoas.

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