EUA defendem pressão internacional contra repressão de uigures

O secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, apelou hoje à comunidade internacional para que faça pressão contra a repressão das autoridades chinesas em Xinjiang, concedendo asilo às minorias muçulmanas que aí residem.

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© REUTERS/Tom Brenner

Lusa
02/02/2020 12:16 ‧ 02/02/2020 por Lusa

Mundo

Mike Pompeo

"Os Estados Unidos pedem que todos os países se juntem a nós para exigir que isto pare. Estamos a pedir asilo para quem quer encontrar refúgio e sair da China", disse Mark Pompeo numa conferência de imprensa conjunta com o seu homólogo cazaque, Moukhtar Tleuberdi, realizada em Nursultan, no Cazaquistão.

"Vamos proteger a dignidade humana. Vamos fazer o que é correto", disse o chefe da diplomacia norte-americana durante a visita que está a efetuar à Ásia Central.

Segundo organizações de defesa dos direitos humanos, pelo menos um milhão de muçulmanos chineses, principalmente uigures de Xinjiang, mas também cazaques, foram colocados em "campos de reeducação" pelas autoridades comunistas chinesas.

Pequim nega este número e fala de "centros de treino vocacional" com vista a ajudar as pessoas a encontrar um emprego e "mantê-las afastadas da sensação do extremismo religioso.

Um relatório de parlamentares norte-americanos acusou a China em janeiro de "crimes contra a humanidade" em Xinjiang, onde as autoridades adotaram uma política de segurança máxima em resposta a ataques assassinos contra civis e atribuídos a separatistas uigures.

O Cazaquistão mantém relações estreitas com a vizinha China. Mas essa antiga república soviética também se tornou um local de mobilização para organizações que lidam com a causa das minorias muçulmanas. Mas esta ex-república soviética tornou-se, igualmente, um lugar de mobilização para as organizações humanitárias vocacionadas para a causa da minoria muçulmana.

Depois de ter estado na Ucrânia, na sexta-feira, e na Bielorrússia, um aliado próximo de Moscovo, deve encontrar-se hoje também com as autoridades do Cazaquistão e Uzbequistão, dois países que a Rússia considera que fazem parte da sua esfera de influência.

Antes da sua visita, Pompeo disse que esses países, que conquistaram a independência quando da dissolução da URSS, "querem ser independentes e soberanos". E Washington pretende "ajudá-los a chegar lá".

Todavia, o secretário de Estado norte-americano reconheceu "uma grande presença chinesa e russa" na região, compartilhada entre cinco países que são governados por regimes autoritários e que, muitas vezes, não respeitam os Direitos do Homem.

O Cazaquistão, rico em hidrocarbonetos e urânio, representa a economia mais poderosa da Ásia Central. O Uzbequistão acabou de emergir de quase três décadas de isolamento com a morte em 2016 do ex-ditador Islam Karimov.

Washington está a lutar para manter uma influência real na Ásia Central, apesar de a NATO ter mantido uma forte presença logística na zona quando da guerra do Afeganistão, o que não acontece atualmente.

Durante a visita ao Cazaquistão, Mike Pompeo pelou ainda a uma maior cooperação entre as empresas cazaques e as norte-americanas.

"Apoiamos plenamente a liberdade do Cazaquistão para escolher os países com quem quer ter negócios, mas estou convencido de que a cooperação com os Estados Unidos trará os melhor resultados para qualquer dos estados", disse.

Na mesma conferência de imprensa com o seu homólogo cazaque, Pompeo acrescentou que as empresas norte-americanas garantem a criação de novos postos de trabalho, a transparência de contratos e a qualidade do trabalho.

Neste sentido, prometeu que os "gigantes" norte-americanos da Chevron e da Exxon Mobile continuarão a investir no setor do petróleo e do gás naquele país do centro asiático.

"As relações de cooperação como estas são benéficas para os dois países", assegurou, acrescentando que a comunicação económica entre as partes tem um "bom potencial".

O secretário de Estado norte-americano agradeceu ainda o apoio do Cazaquistão aos esforços deste país e dos EUA "para a paz e reconciliação no Afeganistão e destacou o papel de Nursultan na luta contra o terrorismo e o islamismo radical.

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