Al-Sadr tinha retirado o apoio a manifestantes que desde o início de outubro se têm manifestado contra a corrupção na classe política, pedindo a sua renovação, usando a sua conta na rede social Twitter para pedir o fim das marchas de protesto e acusando os ativistas de consumirem álcool e drogas.
Os ativistas sentiram-se traídos pelo líder xiita e acusaram-no de apoiar o primeiro-ministro indigitado, Mohamed Allawi, tendo-lhe dirigido fortes críticas.
Hoje, os apoiantes de Moqtada al-Sadr saíram às ruas de Bagdad para mostrar que o líder xiita mantém a sua solidariedade e apoio popular.
"Somos um clã e o nosso líder é Moqtada al-Sadr!" entoou a multidão de homens, alguns com roupas tradicionais, que passou pela icónica praça Tahrir, em Bagdad, pelo meio de manifestantes anti-poder.
As manifestações de apoio ao líder xiita aconteceram ainda em cidades como Basra e Najaf, onde os apoiantes deixaram claro que rejeitam as críticas e as anedotas que circulam nas redes sociais sobre Al-Sadr.
"Recusamos os sabotadores que rastejam entre os manifestantes, quebram o pacifismo do movimento e insultam os profetas e símbolos religiosos", disse um apoiante do líder xiita, referindo-se ao facto de os manifestantes anti-poder terem propósitos de atingir a tradição religiosa.
Também hoje, milhares de mulheres saíram às ruas de várias cidades do Iraque para protestar contra Moqtada Al-Sadr, por este ter pedido a segregação por sexos nas manifestações contra o poder.
"Oh, pátria, estas são as tuas filhas", gritaram as mulheres, respondendo a apelos lançados nas redes sociais, para protestar contra as posições do líder xiita.
Na quinta-feira, Al-Sadr - que é o supremo líder 'de facto' da cidade de Sadr e o comandante do exército de al-Mahdi - alertou que o seu movimento não "ficaria de braços cruzados e calado perante os insultos contra a religião, moral e país".
Recentemente, os confrontos entre apoiantes de Moqtada al-Sadr e os manifestantes anti-poder, provocaram oito mortes.
Allawi tem até 02 de março para submeter a sua lista de ministros a uma moção de confiança no Parlamento, que até agora não anunciou uma sessão extraordinária até ao final da pausa parlamentar, que terminará oficialmente em meados de março.
Fontes políticas garantem que as negociações estão estagnadas entre os partidos que querem manter os seus postos e os manifestantes que nas ruas se mostram intransigentes perante a atual situação política.
As manifestações de protesto já duram desde o início de outubro e provocaram cerca de 550 mortos e mais de 30 mil feridos, de acordo com um relatório oficial.