"Desde 20 de fevereiro que tínhamos cerca de 21 mil residentes a entrar e sair das fronteiras do território e na quinta-feira registámos cerca 35 mil, o que representa uma subida de 66%", indicou o diretor dos Serviços de Saúde de Macau, com base em dados do Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP).
Lei Chin Ion afirmou que, apesar da melhoria em relação à epidemia do coronavírus Covid-19 em Macau, em outras regiões a situação continua a ser grave, como China, Japão e Coreia do Sul, entre outros.
"Os residentes devem evitar atravessar as fronteiras para diminuir a possibilidade de contágio", sublinhou, na conferência de imprensa diária do Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo do Coronavírus.
O responsável advertiu que se ocorrer algum caso de contágio entre a população de Macau devido a deslocações através das fronteiras, sobretudo para Zhuhai, cidade adjacente ao território, o Governo poderá impor exames médicos nos postos fronteiriços também para os residentes.
Todos os visitantes oriundos de áreas de alta incidência podem ser submetidos a exames médicos, a qualquer momento, em todos os postos fronteiriços de Macau. Os exames têm uma duração de seis a oito horas e, pelo menos uma vez a cada duas horas, é feita uma avaliação através da medição da temperatura corporal, consulta médica e exame físico.
"No fim de semana e se não for necessário não se desloquem ao interior da China", aconselhou Lei Chin Ion, que reiterou a necessidade de seguir as medidas de prevenção em vigor, como o uso de máscaras, lavagem das mãos, evitar grandes concentrações e reuniões familiares, salientou.
De acordo com o CPSP, cerca de 17 mil residentes entraram no território e 18 mil saíram na quinta-feira, num aumento de 5,9% e de 5,8%, em relação ao dia anterior.
O Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP) acrescentou que cerca de 5.900 visitantes entraram em Macau, mais 3,3%, enquanto perto de 5.100 saíram, menos 2,6%.
Há 24 dias sem novos casos, Macau registou dez infeções com Covid-19, sendo que apenas dois doentes continuam ainda internados, de acordo com dados do Centro Hospitalar Conde de São Januário.
O Covid-19, detetado em dezembro na China e que pode causar infeções respiratórias como pneumonia, provocou pelo menos 2.858 mortos e infetou mais de 83 mil pessoas, de acordo com dados de meia centena de países e territórios.
Além de 2.788 mortos na China continental, há registo de vítimas mortais no Irão, Coreia do Sul, Itália, Japão, Filipinas, França, Hong Kong e Taiwan.
A Organização Mundial de Saúde declarou o surto do Covid-19 como uma emergência de saúde pública internacional e alertou para uma eventual pandemia, após um aumento repentino de casos em Itália, Coreia do Sul e Irão.