"A Grécia foi confrontada ontem [sexta-feira] com uma tentativa organizada, em massa e ilegal de violação das nossas fronteiras, tendo-a ultrapassado", disse o porta-voz do Governo grego, após uma reunião de urgência presidida pelo primeiro-ministro, Kyriakos Mitsotakis.
"Protegemos as nossas fronteiras e as da Europa. Impedimos mais de 4.000 tentativas de entrada ilegais nas nossas fronteiras", disse, numa altura em que a Turquia anunciou que deixará as suas fronteiras com a Europa abertas à passagem de migrantes e refugiados.
O Governo grego "está determinado a todo fazer para proteger as fronteiras", assegurou, acrescentando que a Grécia "reforçou os meios" nas fronteiras terrestres e marítimas com a Turquia.
O primeiro-ministro grego convocou hoje de manhã os ministros dos Negócios Estrangeiros, Nikos Dendias, da proteção dos cidadãos, Michalis Chrysochoidis, e da Defesa, Nikos Panagiotopoulos, bem como o chefe das Forças Armadas e os responsáveis da Guarda Costeira.
Segundo o porta-voz, Petsas, foram feitas 66 detenções na fronteira terrestre da região de Evros, onde milhares de migrantes, encorajados pelo anúncio do Governo turco, acorreram para tentar entrar na Grécia.
No posto fronteiriço de Kastanies, estavam concentrados hoje e manhã cerca de 4.000 migrantes e refugiados, em comparação com os 1.200 da véspera.
"A chantagem de Erdogan [Presidente da Turquia] não vai funcionar", disse o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros, Miltiadis Varvitsiotis.
"Não toleraremos nenhuma entrada ilegal", disse, citado pela Skai TV.
Citado pela mesma televisão, o ministro da Defesa garantiu que as fronteiras gregas estão protegidas, mas admitiu ser mais difícil vigiar as fronteiras marítimas das ilhas gregas do mar Egeu.
Segundo a Guarda Costeira grega, cerca de 180 migrantes chegaram às ilhas de Lesbos e Samos entre sexta-feira e sábado.