"Em relação às desinformações provocadoras, o FSB [serviços de segurança e informações russos] refere que são essencialmente organizadas do estrangeiro", declarou Putin durante uma reunião do Governo russo.
"O objetivo destas desinformações á claro: semear o pânico entre a população", acrescentou, apelando a contrariar a esta situação através do fornecimento ao povo russo de "informações oportunas, completas e fiáveis".
Vladimir Putin reagia a um relatório da vice-primeira-ministra responsável pela Saúde, Tatiana Golikova, sobre a situação em torno da epidemia na Rússia.
"Nos últimos tempos, estão a disseminar-se nas redes sociais as 'fake news'' que afirmam ter sido registado um grande número de doentes no território russo e que as autoridades dissimulam esta informação", declarou Golikova.
A Rússia também tem sido acusada de desinformação sobre a epidemia de Covid-19 provocada por um novo coronavírus. No final de fevereiro, responsáveis norte-americanos afirmaram à agência noticiosa AFP que milhares de contas ligadas à Rússia nas redes sociais Twitter, Facebook e Instagram propagavam "falsas notícias antiamericanas" sobre a epidemia.
A porta-voz da diplomacia russa, Maria Zakharova, qualificou essas acusações de "deliberadamente falsas".
Por sua vez, o portal de informação ucraniano Liga.net divulgou recentemente um inquérito em que assegura que o pânico ocorrido numa pequena localidade do centro da Ucrânia, que deveria acolher pessoas provenientes da China, foi amplificado através de mensagens alarmistas difundidas através de serviços de mensagens por "pessoas próximas de um partido pró-russo".
A Rússia confirmou seis contaminações: um homem proveniente da Itália e diagnosticado em Moscovo, dois chineses já considerados curados, e três russos contaminados no paquete Diamond Princess e repatriados.
O surto de Covid-19, detetado em dezembro, na China, e que pode causar infeções respiratórias como pneumonia, provocou cerca de 3.200 mortos e infetou mais de 93 mil pessoas em 78 países, incluindo cinco em Portugal.
Das pessoas infetadas, cerca de 50 mil recuperaram.
Além de 2.983 mortos na China, há registo de vítimas mortais no Irão, Itália, Coreia do Sul, Japão, França, Hong Kong, Taiwan, Austrália, Tailândia, Estados Unidos da América, Filipinas e Iraque.
Um português tripulante de um navio de cruzeiros está hospitalizado no Japão com confirmação de infeção.
Em Portugal, a Direção-Geral da Saúde (DGS) confirmou cinco casos de infeção, dos quais quatro no Porto e um em Lisboa.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou o surto de Covid-19 como uma emergência de saúde pública internacional e aumentou o risco para "muito elevado".