O primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, disse à televisão estatal NHK que esta medida foi tomada "pela contínua entrada no Japão de viajantes chineses e sul-coreanos e diante da epidemia do novo coronavírus", que está a causar "preocupação aos cidadãos japoneses".
Abe anunciou a decisão após uma reunião realizada hoje com o seu gabinete para analisar os últimos desenvolvimentos do surto do Covid-19.
Os cidadãos de ambos os países que cheguem ao Japão devem passar duas semanas de isolamento em centros médicos e outras instalações designadas pelas autoridades japonesas, disse Abe.
A medida, que entrará em vigor na próxima segunda-feira e durará até ao final do mês, também implica o cancelamento de todos os vistos emitidos para a entrada de viajantes chineses e sul-coreanos, bem como o desvio de todos os voos procedentes da Coreia do Sul e China para os aeroportos de Tóquio e Kansai (oeste).
Estas medidas poderão ser um novo golpe para o turismo no Japão, especialmente dependente de viajantes chineses e sul-coreanos e já afetado pelo colapso do número de visitantes estrangeiros desde janeiro pelo surto do novo coronavírus.
As autoridades japonesas já tinham aplicado restrições à entrada de estrangeiros que tivessem estado nas duas semanas precedentes nas regiões da Coreia do Sul e da China, as mais afetadas pelo Covid-19
Essas restrições serão estendidas a mais regiões da Coreia do Sul e partes do Irão, outro dos países atingidos pelo surto, de acordo com outra decisão tomada hoje pelo Governo.
No Japão, cerca de 1.050 infeções (seis mortos) por Covid-19 foram detetadas até agora, a maioria delas no navio de cruzeiro Diamond Princess, que está em quarentena no porto de Yokohama.
Além das restrições à entrada de pessoas, o Governo japonês aplica desde o final de fevereiro outras medidas para conter a disseminação do vírus, como o encerramento de todas as escolas do país por um mês, o cancelamento de eventos culturais e desportos, assim como a recomendação de trabalhar a partir de casa.
O surto de Covid-19, detetado em dezembro, na China, e que pode causar infeções respiratórias como pneumonia, provocou cerca de 3.300 mortos e infetou mais de 95 mil pessoas em 79 países, incluindo oito em Portugal.
Das pessoas infetadas, mais de 50 mil recuperaram.
Além de 3.012 mortos na China, há registo de vítimas mortais no Irão, Itália, Coreia do Sul, Japão, França, Hong Kong, Taiwan, Austrália, Tailândia, Estados Unidos da América e Filipinas, San Marino, Iraque, Suíça e Espanha.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou o surto de Covid-19 como uma emergência de saúde pública internacional e aumentou o risco para "muito elevado".